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Cooperativa Calu diz que já recolheu leite fraudado

Nesta sexta, Anvisa proibiu a comercialização de leites integrais longa-vida Parmalat, Calu e Centenário

Por Milton da Rocha Filho , da Agência Estado e e Ricardo Westin
Atualização:

A Calu (Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia) esclareceu nesta sexta-feira, 26, que já recolheu os três lotes de leite "fora dos padrões" que a empresa vendeu. Na última segunda, uma operação da Polícia Federal desmontou uma quadrilha que adulterava leite em duas cooperativas de Minas Gerais, adicionando soda cásutica e água oxigenada para aumentar a validade do produto. Um comunicado da empresa afirma que "antes mesmo de ter sido comunicada formalmente pelo órgão Oficial, mas com base nas informações divulgadas pela imprensa, iniciou desde a última quarta-feira, o recolhimento dos três lotes do leite longa vida considerados fora dos padrões nas análises solicitados pelo Ministério Público. Os três lotes que correspondem a 50.400 litros já foram praticamente recolhidos do mercado". Nesta sexta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu em todo o País a comercialização de leites integrais longa-vida das empresas Parmalat, Calu e Centenário, segundo ofícios publicados nos Diários Oficiais da União e de Minas Gerais. As medidas não valerão para todos os leites, mas apenas para alguns lotes (veja abaixo). A descoberta de problemas nos lotes das três marcas são mais um desdobramento da Operação Ouro Branco, deflagrada na última segunda-feira, quando policiais federais prenderam cerca de 30 pessoas que estariam envolvidas num esquema de adulteração. Exemplares desses leites foram recolhidos em supermercados de Uberaba (MG) e, após análises em laboratório, foi constatado que estavam adulterados. Continham substâncias proibidas pelo Ministério da Agricultura. Não foram especificadas quais eram essas substâncias. A Parmalat disse na quinta-feira que não havia sido notificada pela Anvisa e acrescentou que garante a qualidade dos produtos. A Calu afirmou que retirou do mercado os lotes que teriam problemas assim que soube dos resultados dos exames. O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, afirmou que dentro de uma semana deverão ser divulgados os resultados das análises de amostras de leite coletadas nesta quinta em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Segundo ele, não houve até o momento nenhuma denúncia de pessoas contaminadas pelo leite e reiterou que, dependendo da concentração destas substâncias no produto, não há danos à saúde. Ainda assim, Mello orienta que qualquer alteração no gosto ou odor do produto deve ser comunicada imediatamente aos órgãos de vigilância sanitária. O que fazer Os consumidores que tiverem esses leites em casa devem procurar os fabricantes, por meio do telefone de atendimento que consta das embalagens, e solicitar a troca do produto ou a devolução do dinheiro, até mesmo nos casos em que o produto estiver fora do prazo de validade. "Se passou mal por ter ingerido esse leite, é de responsabilidade do fabricante indenizar o consumidor", explica a advogada Maíra Feltrin, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Veja abaixo os lotes dos longa vida que podem estar contaminados: PARMALAT Leite UHT integral embalado na fábrica de Carazinho (RS): Fabricação: 22/06/2007 | Vencimento: 22/10/2007 Fabricação: 22/06/2007 | Vencimento: 20/10/2007 Leite embalado na fábrica de Santa Helena de Goiás (GO): Fabricação: 24/06/2007 | Vencimento: 24/10/2007 CALU Leite embalado pela Cooperativa Central de Laticínios do Estado de São Paulo, localizada no município de Itumbiara (GO): Fabricação: 7/07/2007 | Vencimento: 17/11/2007 Fabricação: 26/07/2007 | Vencimento: 26/11/2007 Fabricação: 03/08/2007 | Vencimento: 03/12/2007 CENTENÁRIO Leite produzido pela Usina de Beneficiamento Cooperativa Agropecuária do Vale do Rio Grande Ltda., em Uberaba (MG): Fabricação: 28/07/2007 | Vencimento: 02/01/2008 Fabricação: 04/08/2007 | Vencimento: 08/01/2008 Fabricação: 25/07/2007 | Vencimento: 30/12/2007

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