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Cooperativa de leite ameaça deixar São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Cooperativa Central Leites Nilza, maior produtora de leite longa vida do Brasil, ameaça transferir a sede, em Ribeirão Preto, no interior paulista, para outro Estado, caso o governo paulista não devolva os cerca de R$ 7 milhões referentes ao ICMS recolhidos desde setembro de 2002. Nesta semana, o conselho administrativo da Nilza deu um ultimato à direção do grupo, que reúne quatro cooperativas, para que exija o cumprimento do decreto assinado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), determinando a devolução do valor correspondente à alíquota de 6,8% do ICMS paga pelos produtores de leite longa vida no Estado. "A margem de lucro nossa é de 3% a 4% e com o ICMS cobrado não teríamos como produzir em São Paulo. Em Goiás, por exemplo, o Estado não cobra os 5% e ainda dá mais 5% de crédito para quem produz lá", afirmou o presidente da Nilza, Alexandre Maia Lemos. Segundo ele, pelo decreto o governo passaria a devolver no mês seguinte ao pagamento do imposto o valor recolhido. "Só que até agora nós só pagamos e não recebemos nada. Aumentamos nossa captação de 450 mil litros para 700 mil litros por dia e acabamos tendo de pagar por isso", disse Lemos. Segundo ele, vários estados já ofereceram benefícios para que a Nilza deixe Ribeirão Preto. "Nossa intenção, pela posição estratégica da cidade, é ficar aqui. Só que está difícil, pois são R$ 7 milhões de crédito que faltam ao caixa da empresa", disse. O principal articulador para que o governo decretasse a devolução do ICMS foi o atual secretário da Agricultura e Abastecimento, Antônio Duarte Nogueira Júnior, que é de Ribeirão Preto e que, na época, estava na reta final da campanha a reeleição como deputado estadual, na qual obteve sucesso. Por meio da assessoria, Nogueira informou que o atraso na devolução à Nilza está na morosidade e na burocracia para que haja o cálculo no valor por parte do governo estadual. Nogueira informou que tenta agendar uma reunião entre representantes da Nilza com o secretário da Fazenda, Eduardo Guardia, para resolver o impasse.

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