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Coordenador agrícola da Rodada de Doha se queixa de lentidão

Por JONATHAN LYNN
Atualização:

O mediador das questões agrícolas da Rodada de Doha, Crawford Falconer, queixou-se na sexta-feira da demora nessas cruciais negociações e disse que todo o cronograma está sendo inviabilizado. Ministros comerciais de todo o mundo se reunirão em março ou abril para definir as linhas gerais do acordo, para finalizar a Rodada de Doha até o final do ano. "Se esse é o nosso cronograma, está ficando mais apertado a cada hora que passa", disse Falconer, que também é embaixador neozelandês junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), à Reuters. "Não consigo ver como os ministros poderiam se encontrar em março. Do jeito que as coisas estão indo seria preciso um milagre. Em abril ainda seria possível", disse ele ao final de duas semanas em que os 151 países da OMC avaliaram a proposta redigida por ele. Diplomatas dizem que a Rodada Doha da abertura comercial global, lançada em, precisa ser concluída rapidamente, pois do contrário será ofuscada pela sucessão presidencial dos EUA. A proposta de Falconer sobre agricultura e um outro texto, sobre bens industriais, deveriam servir de base para uma reunião ministerial na época da Páscoa, que neste ano cai em 23 de março. Embora a agricultura represente apenas cerca de 8 por cento do comércio mundial, ela é crucial nas negociações devido à sua importância para os países em desenvolvimento, onde milhões de pessoas dependem de cultivos de subsistência. Os países em desenvolvimento defendem que as nações ricas abram seus mercados --para isso, seria preciso que a União Européia reduzisse as tarifas de importação e que os EUA abrissem mão dos subsídios que dão aos seus produtores. Em troca, os países ricos esperam que os pobres cortem as tarifas para bens industriais e serviços estrangeiros. Alguns países em desenvolvimento também querem isso, pois vêem oportunidades no comércio Sul-Sul. Falconer disse que os negociadores estão dispostos a avançar, mas não conseguem eliminar as diferenças no mesmo ritmo estabelecido pelos líderes políticos. Uma questão técnica que bloqueia os trabalhos gira em torno do sistema pelo qual os países ricos protegem produtos "politicamente sensíveis" dos cortes tarifários. A definição desses produtos e como tratá-los depende de dados de consumo que os países ricos ainda não apresentaram. Mas os países em desenvolvimento relutam em revelar concessões que podem fazer nas questões agrícola, industrial ou de serviços até que saibam como os produtos "sensíveis" serão tratados. REUTERS ES

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