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Copa não empolga supermercados, Abras prevê redução de crescimento no ano

A Abras iniciou o ano prevendo avanço de cerca de 3 por cento nas vendas deflacionadas do setor, ante aumento de 5,3 por cento em 2013

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Por Redação
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"O movimento depois dos jogos desabou e muitas lojas menores não reabriram", afirmou o presidente do Conselho Consultivo da entidade, Sussumu Honda Foto: Maira Vieira/Estadão

As vendas dos supermercados brasileiros em junho não foram contagiadas pela Copa do Mundo como esperado, levando a associação que representa o setor, Abras, a prever redução de suas estimativas para o ano após um modesto desempenho no primeiro semestre.

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Segundo o presidente do Conselho Consultivo da entidade, Sussumu Honda, uma expectativa mais baixa deve ser divulgada no próximo mês, após computados os efeitos integrais da Copa também para o mês de julho.

A Abras iniciou o ano prevendo avanço de cerca de 3 por cento nas vendas deflacionadas do setor, ante aumento de 5,3 por cento em 2013, no que caminha para ser o pior resultado do setor desde 2006, disse a entidade.

No primeiro semestre, as vendas reais dos supermercados subiram 1,57 sobre igual período de 2013. O avanço pelo mesmo parâmetro havia sido de 2,99 por cento no ano passado.

Em junho, somente, houve crescimento de 1,29 por cento na comparação anual, com recuo de 1,4 por cento sobre maio.

"A Copa não chegou a impulsionar", disse Honda, acrescentando que foi criada muita expectativa para os efeitos positivos do evento.

"O movimento depois dos jogos desabou e muitas lojas menores não reabriram", afirmou.

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O fraco desempenho ocorreu apesar do preço da cesta AbrasMercado, que conta com 35 produtos de amplo consumo, ter caído 0,14 por cento em junho ante maio, a 377,40 reais. No acumulado de 12 meses, a variação da cesta foi positiva em 4,67 por cento, ficando abaixo da inflação oficial de 6,52 por cento medida pelo IPCA.

"O consumo está ligado ao bombardeio de informações e não temos boas informações do lado macroeconômico", disse Honda, citando fatores como menor geração de emprego e sucessivas revisões para baixo do PIB ao justificar a performance de vendas do último mês.

Em junho, as maiores quedas na cesta Abrasmercado na comparação mensal foram da batata (-9,15 por cento), tomate (-8,75 por cento) e cebola (-8,42 por cento). Na outra ponta, as maiores altas foram sofridas pelo biscoito maisena (+3,53 por cento), carne dianteira (+2,67 por cento) e creme dental (+2,67 por cento).

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GRANDES REDES Enquanto as vendas nominais dos supermercados brasileiros subiram 7,77 por cento na primeira metade do ano, a divisão alimentar do Grupo Pão de Açúcar - que reúne as bandeiras Extra, Pão de Açúcar e Assaí - viu sua receita bruta crescer 13 por cento no mesmo período. Na visão de Honda, o aumento de vendas da companhia está ligado ao seu fôlego para expansão no país e à estratégia de diminuição de preços para aumento do volume vendido nas lojas, investida que vem sendo sublinhada pela administração do grupo nos últimos trimestres. "Pode estar tendo migração de faturamento (para a rede)", afirmou.

(Por Marcela Ayres)

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