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Copel fecha acordo com Neoenergia para deter 30% de Baixo Iguaçu

Entrada da Copel no empreendimento da hidrelétrica agrega o conhecimento da companhia sobre o Rio Iguaçu, onde a estatal já desenvolveu uma série de estudos sobre o potencial energético

Por Wellington Bahnemann e da Agência Estado
Atualização:

A Copel já tem acertado com a Neoenergia um acordo que lhe assegura uma participação de 30% na hidrelétrica Baixo Iguaçu (PR), cujas obras não tiveram início por conta de problemas ambientais. "As condições básicas para o nosso ingresso em Baixo Iguaçu estão em discussão, mas temos acertado uma participação de 30%, com a possibilidade de ampliar para um pouco mais", disse o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, em evento promovido pela Apimec- SP.

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De acordo com o executivo, a provável entrada da Copel no empreendimento agrega o grande conhecimento da companhia sobre o Rio Iguaçu, onde a estatal já desenvolveu uma série de estudos sobre o potencial energético. Além disso, Zimmer citou que a interlocução institucional entre os agentes envolvidos na hidrelétrica também é facilitada com a presença da estatal. "Para essa usina sair, é preciso a licença ambiental, e isso depende do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Nunca iríamos pressionar o IAP para liberar as licenças, mas a nossa presença no empreendimento torna mais simples o processo de interlocução institucional", justificou

Leiloada em 2008 pelo governo federal, o projeto da usina Baixo Iguaçu, com uma capacidade instalada de 350 MW, enfrenta questionamentos judiciais do Ministério Público Federal no Paraná, além de enfrentar dificuldades no processo de licenciamento ambiental no IAP. Uma das principais críticas à hidrelétrica é a de que provocará graves impactos ambientais ao parque nacional do Iguaçu, argumento que a Neoenergia refuta. Por conta desse impasse, o contrato de concessão da usina, que deveria entrar em operação comercial em janeiro de 2013, ainda não foi assinado entre o empreendedor e a Aneel.

Além da Copel, outra empresa que pode ingressar no projeto é a estatal federal Eletrosul, que poderia deter até 19% de participação na usina. Curiosamente, Copel e Eletrosul foram sócias no leilão para disputar a concessão da hidrelétrica - na época, o ex-governador do Paraná Roberto Requião culpou à Eletrosul pela derrota na licitação. "A Eletrosul é uma parceira nossa de longo prazo. Prova disso é de que somos sócios na usina Mauá", lembrou Zimmer.

Apesar do interesse de ingressar em Baixo Iguaçu, Zimmer deixou claro que a Copel só entrará no projeto se a taxa de retorno da usina for compatível com o almejado pela companhia. Como a estatal já opera outras usinas no Rio Iguaçu, o executivo vislumbrou potenciais ganhos de sinergia na operação e manutenção conjunta dos empreendimentos. "A operação de Baixo Iguaçu pode ser feita a partir da usina José Richa, também no Rio Iguaçu. Isso traria uma melhora de 8% na rentabilidade do projeto", revelou.

Zimmer admitiu que o prazo atual de entrada em operação do empreendimento terá que ser revisto. Faltando pouco mais de um ano e meio para janeiro de 2013, é improvável que a usina entre em funcionamento na data prevista no leilão de 2008.

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