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Copinhos descartáveis ganham norma de qualidade

Por Agencia Estado
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Quem já não teve problemas com copinhos de plástico? Alguns entortam, encolhem ao calor do café e do chá, cortam a boca e outras agruras típicas de produtos mal-acabados, que agora estão com os dias contados. Cada vez que as resinas termoplásticas aumentam de preço, os copinhos emagrecem, perdem espessura e ficam com má fama. O Instituto Nacional do Plástico (INP), que persegue a qualidade dos manufaturados de resinas termoplásticas desde 1999, anuncia que esses produtos descartáveis acabam de conquistar a NBR, uma norma para a produção dos copos descartáveis no País. A NBR 14865 foi feita pelas mãos de 20 técnicos e vários empresários que, após 21 meses de trabalho chegaram à conclusão de que há de se respeitar o peso mínimo e os parâmetros de resistência lateral, o que certamente implicará o maior uso de resinas e menor risco aos consumidores. Preocupado com a imagem do plástico e para que seus associados não percam terreno para outros materiais, como o papel-cartão que pode fazer a mesma função, o INP iniciou as ações de normalização em 1999. Primeiro foram as cadeiras. Depois, no final de 2000, instalou-se a comissão para a normalização da produção dos copinhos, reunindo múltis produtoras da resina, como Dow Química, Basf e Innova (ex-Perez Companc, e atualmente Petrobras), além dos fabricantes dos produtos, como Zanatta e Copobras. Na orquestração dos trabalhos, o INP aliou-se ao Centro de Tecnologia de Embalagens do Ital (Ceta/Ital). Concorrência O diretor-executivo do INP, Paulo Dacolina, sublinha que a norma também valida outros tipos de plásticos para esse tipo de produção, além do poliestireno, o mais usado, e do polipropileno, em escala bem menor. "Por meio da performance dos copos se dá ou não aprovação ao uso de determinados plásticos", revela. Para serem usadas nesse tipo de produção as resinas terão de passar por testes químicos e organolépticos, que detectam se o plástico transfere resíduos, cheiro e gosto para o produto envasado. Em princípio, toda resina termoplástica é inerte. Segundo o INP, os testes terão que detectar se o plástico se adapta ao processo de produção, como termoformagem, comprovadamente eficiente nas aplicações de poliestireno de alto impaco e do polipropileno. "A NBR 14865 é um marco histórico na busca de uma padronização da qualidade dos copos descartáveis. Agora é necessário que todos os produtores sejam sensibilizados a respeitar os requisitos desta norma", define Paulo Dacolina. Operação A comissão compôs uma tabela que relaciona o volume a ser suportado pelo copo e a quantidade de resina termoplástica que ele deve conter para garantir um bom desempenho. "Os copos produzidos de acordo com a norma técnica apresentarão maior rigidez, ausência de vazamentos e resistirão melhor à empunhadura. Temos certeza que trará maior satisfação e confiança aos consumidores", destaca o diretor executivo do INP, Paulo Dacolina. Segundo ele, a indústria será beneficiada pela norma, porque terá melhor controle operacional, aumento da produtividade e da eficiência, além de acabar com o retrabalho dos produtos rejeitados - os copos defeituosos podem ser derretidos e usados para a fabricação de outros produtos de menor performance, mas não para os copos, o que representa prejuízo. Esse salto de qualidade do Brasil em produção de plásticos, já experimentado com o caso das cadeiras, será um benefício ao mercado interno. Esse tipo de produto não é exportado, devido ao baixo peso e falta de valor agregado. Leia mais sobre o setor de Química e Petroquímica no AE Setorial, o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.

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