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Copom deve reduzir taxa de juros para 12,75% nesta quarta

Analistas prevêem corte de 0,25 ponto porcentual no juro na reunião de março do Comitê de Política Monetária; para economista, ata é mais importante que decisão

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar nesta quarta-feira, 7, no final do dia, uma redução de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 13% ao ano), segundo analistas do mercado. Caso isso seja confirmado, a Selic cairá para 12,75% ao ano. Não há muita expectativa divergente para a decisão. Também há consenso de que a saída do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Afonso Bevilaqua, tido como conservador, não deverá interferir em nada, já que ele está participando da reunião, que começou na terça. Na avaliação do economista Paulo Leme, do banco de investimentos Goldman Sachs, a probabilidade de um corte de 0,5 ponto porcentual da taxa Selic "é quase zero". Leme observou que Bevilaqua provavelmente será o responsável pela elaboração da ata da reunião, que será divulgada na quinta-feira da semana que vem. "A ata será mais interessante do que a decisão de hoje (quarta)", disse Leme. "O texto poderia introduzir alguma inflexão na visão atual de que as condições correntes justificam um ritmo de cortes de 0,25 ponto porcentual." Para o economista Sérgio Vale, da consultoria MB Associados, após a decisão em janeiro passado (redução de 0,25 ponto porcentual), a credibilidade do BC exigiria a manutenção do ritmo de cortes, apesar de haver espaço para quedas maiores sem problemas inflacionários. "É difícil imaginar o BC voltando atrás, depois dessa decisão", disse Vale. "Uma parada técnica agora também só ocorreria se houvesse uma crise internacional de proporções muito maiores que as turbulências recentes nos mercados mundiais, o que não é o caso." O economista ressaltou que o Copom deve levar a atual volatilidade das bolsas em conta, mas isso não vai surtir efeitos concretos na divisão interna. "Se antes foram 5 votos a 3 para baixar para 0,25 ponto porcentual, pode ser que agora haja mais consenso", disse Vale. "Isso serve como uma justificativa perfeita para o BC continuar mantendo a queda de 0,25 ponto porcentual." Na opinião de Nuno Camara, economista sênior do banco Dresdner Kleinwort, a perspectiva para a inflação continua muito positiva e, na ausência de choques negativos substanciais para os preços, esse cenário não deve mudar. "Por isso, a porta continua aberta para um maior relaxamento monetário", afirmou. "Entretanto, diante da forte expansão no consumo, o BC deverá, corretamente, se pautar pela cautela, cortando a taxa em 0,25 ponto." Gray Newman, economista do banco Morgan Stanley, não espera nenhum sinal de que o BC esteja avaliando a possibilidade de aumentar o ritmo de cortes na Selic. Já Ricardo Vieira, economista da LCA Consultores, aposta na aceleração dos cortes já em abril. "O cenário internacional deve melhorar nas próximas semanas, o que traz de volta da pressão de baixa do câmbio", disse. "Se o BC mantiver o corte em 0,25 ponto, isso vai atrair mais investimento externo, resultando em valorização do real."

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