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Copom: espaço para diversificar aplicações

O Copom reduziu a Selic de 18,75% ao ano para 18,50% ao ano. A tendência de queda de juros abre espaço para a diversificação das aplicações. Bolsa e fundos cambiais são opções recomendadas para este objetivo.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu há pouco reduzir a Selic, a taxa básica de juros da economia, de 18,75% ao ano para 18,50% ao ano. Como o resultado da reunião do Comitê já era esperado pelos analistas, a reação nos mercados poderá ser muito pequena, na abertura dos negócios amanhã. Para o investidor, a decisão do Comitê reforça a tendência de queda das taxas de juros neste ano, o que abre espaço para a diversificação das aplicações. É preciso destacar que a escolha do melhor investimento deve levar em conta, primeiramente, o período em que o dinheiro ficará investido e a tolerância que se tem ao risco. Aplicações consideradas de curto prazo, cujo resgate tem uma data definida, exigem que o investidor seja mais cauteloso. Neste caso, a principal sugestão continuam sendo os fundos referenciados DI (pós-fixados). Analistas recomendam diversificação em Bolsa A diversificação é recomendada pelos analistas para as aplicações em que o investidor tem uma disponibilidade de tempo maior. Segundo o diretor do BNL Asset Management, Claudio Lellis, nestes casos, investir em ações é uma boa opção. Ele destaca que há boas perspectivas para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) neste ano e que uma redução dos juros torna a aplicação mais atrativa. "Uma série de notícias positivas pode influenciar a Bolsa positivamente. São elas: a queda da taxa de risco do Brasil, a melhora do candidato à Presidência José Serra, os sinais de reaquecimento da economia norte-americana e o descasamento do Brasil em relação à crise argentina. Grande parte delas já foi antecipada pelos investidores, mas há espaço para mais otimismo", afirma. O estrategista-chefe do HSBC Investment Bank, Dawber Gontijo, destaca que os investidores que optarem pela Bolsa devem estar preparados para oscilações. "Até as eleições, as pesquisas de opinião de votos devem mexer com o negócios no mercado acionário. Isso pode gerar movimentos bruscos no preço dos papéis, mas a expectativa é boa para quem pode deixar o dinheiro aplicado por um período maior", afirma. Fundos cambiais também são recomendados Outra forma de diversificação apontada pelos analistas é o fundo cambial. O diretor-executivo da Asset Management do West LB Banco Europeu, André Reis, afirma que o dólar já está em um patamar bastante reduzido, o que abre a possibilidade de ganhos maiores em relação às aplicações em renda fixa. O ganho nos fundos cambiais é dado por uma taxa de juros mais a variação do dólar. "O fluxo de dólares para o País pode ser menor no segundo semestre, devido à proximidade das eleições. Por si só, este já é um fator que pode pressionar a taxa de câmbio, garantindo um rendimento maior para os fundos cambiais", declara Reis. Gontijo concorda, mas afirma que o investidor deve estar preparado para as oscilações do dólar. Para quem tem dívidas em dólar ou está poupando para uma viagem ao exterior, comprar moeda norte-americana é uma opção imprescindível, pois a operação é de proteção contra eventuais altas futuras do dólar. Para quem vai colocar recursos em fundos cambiais com este objetivo, vale destacar que o ganho é diminuído pela incidência da alíquota de 20% sobre a valorização das cotas em reais. Ganho de prefixado sobre DI não atrai Regra geral, um recuo das taxas de juros traz vantagens para a aplicação em renda fixa prefixada. Porém, no caso dos fundos prefixados, o ganho depende da composição dos papéis que formam a carteira. Além disso, quem entra agora em fundo prefixado não obterá o mesmo rendimento conquistado por um investidor que já estava com recursos alocados na carteira. Isso porque os gestores corrigem diariamente o valor dos títulos pelas taxas negociadas no mercado financeiro. Como a queda dos juros vinha sendo antecipada nos negócios, o valor das cotas dos fundos já vinha sendo corrigido, resultando em rendimentos maiores para quem estava em fundos de renda fixa prefixada. Novamente, vale lembrar que este resultado depende muito dos papéis que compõem as carteiras. Dentro deste contexto, o diretor do BNL Asset Management afirma que os fundos de renda fica prefixados, como forma de diversificação das aplicações, não é atraente. "A diferença entre o rendimento dos fundos DI e prefixados deve ser muito pequena. Para quem busca um ganho superior aos fundos pós-fixados, esta é não é uma opção", declara.

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