Publicidade

Copom não tem interesse no crescimento do mercado, diz Abrasca

Para presidente da entidade, ao manter o juro em 18,5% ao ano - que na ponta dos empréstimos resulta em taxas de 40% a 60% - o governo mostra que sua preocupação número um é segurar a inflação

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Alfried Ploger, disse hoje que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de manter a taxa de juro básica em 18,5% ao ano, demonstra que a preocupação número um do governo é segurar a inflação e que não há interesse em fazer com que o mercado de capitais cresça. De acordo com ele, o juro básico de 18,5% ao ano resulta, na ponta dos empréstimos, em taxas de 40% a 60% ao ano. "Não há atividade produtiva que dê retorno que pague esses juros dos empréstimos. Essas taxas somente são superadas em países em crise, como a Argentina", disse. De acordo com o presidente da Abrasca, o mercado de capitais está sendo duramente castigado pela competição dos juros altos com a renda fixa, com o "lero-lero" no adiamento da decisão sobre a isenção da CPMF para as bolsas e com o aumento da alíquota do imposto de renda sobre operações com ações, de 10% para 20%. O volume de negócios nas bolsas, de R$ 300 milhões, não chega a pagar os custos de operação da Bolsa de Valores de São Paulo, que precisa de um volume mínimo de R$ 400 milhões. "Os volumes da Bolsa são irrisórios para um país pujante como o Brasil", disse. Segundo Ploger, as empresas não encontram espaço para lançar ações e, somente no primeiro trimestre deste ano, houve o fechamento de capital de sete companhias. O presidente da Abrasca acaba de chegar do México e, segundo ele, há uma tendência de que a bolsa mexicana venha a liderar as fusões das bolsas da América Latina, pois o volume de negócios é crescente, enquanto o da Bovespa é "paupérrimo".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.