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Copom reavaliará taxa Selic com base em novo PIB

Contudo, as novas previsões do BC para a economia brasileira estarão presentes apenas no próximo relatório trimestral de inflação, a ser divulgado em julho

Por Agencia Estado
Atualização:

As projeções do Banco Central para a economia brasileira, com base na nova metodologia para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), só serão explicitadas no próximo relatório trimestral de inflação, a ser divulgado em julho. Apesar disso, o diretor de Política Econômica do BC, Mario Mesquita, explicou que elas serão consideradas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reavaliara a Selic, a taxa básica de juros da economia. O diretor do BC afirmou que, embora a nova metodologia torne o cálculo do PIB mais preciso, por outro lado dificulta o trabalho dos economistas de elaborarem previsões para o futuro da atividade econômica, sobretudo em relação aos dados trimestrais. O relatório trimestral de inflação, divulgado nesta quarta-feira, 28, pelo Banco Central, projeta a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no fim de 2007 em 3,8% e o PIB neste ano em 4,1%. Ele considerou positivo o fato de os dados do IBGE mostrarem que a economia brasileira cresceu mais no ano passado. "Qualquer número que mostre a economia crescendo mais, é sempre bem-vindo", disse Mesquita, reafirmando que é um dado importante o PIB crescer mais que o IPCA, ainda mais em um país com histórico de alta de inflação, como o Brasil. Mesquita destacou ainda que os dados divulgados hoje pelo IBGE indicam que a taxa de investimento está mais forte do que já vinha sendo demonstrado. Segundo ele, a trajetória de queda do risco País garante a continuidade na elevação da taxa de investimento da economia. Cenário positivo O diretor do BC afirmou que apesar das incertezas envolvendo o setor externo, a economia brasileira deve prosseguir na sua trajetória de aceleração. Segundo ele, o cenário econômico brasileiro é benigno, sustentado por fatores positivos como a elevação no consumo das famílias, na taxa de investimento e também na melhor oferta agropecuária, além das perspectivas positivas para a indústria e os serviços. Mesquita disse que o cenário favorável para a economia do País é respaldado pelo aumento na resistência aos choques externos, resultado da melhoria nos indicadores brasileiros de solvência externa. Segundo ele, é isso que garante que, num ambiente de volatilidade nos mercados internacionais, o risco Brasil se mantenha em níveis baixos. Previsões Diante disso, ele afirmou que o Banco Central revisou sua projeção de crescimento da agricultura deste ano de 3,7% para 4,8%. A mudança, segundo Mesquita, foi provocada pela própria alteração da estimativa do IBGE para a safra agrícola deste ano, que deverá ter crescimento de 11%. Para a indústria, a projeção de crescimento foi elevada de 4,7% para 5%. A estimativa do BC para o setor de serviços neste ano aumentou, ainda de acordo com Mesquita, de 2,4% para 2,5%. Pelo lado da demanda, o diretor do BC disse que as estimativas para o consumo das famílias foram elevadas de 5,6% para 6%. A elevação, de acordo com o diretor, foi puxada pelo aumento da renda real, pelo crescimento do crédito e pelo aumento da confiança dos consumidores. Para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), ou seja, o investimento, as previsões do BC subiram 7,1% para 7,9%. Todas as projeções, segundo Mesquita, foram feitas ainda tendo como base o PIB calculado pela metodologia antiga.

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