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Copom ressalta prudência e levanta chance de juro maior

Documento diz que Comitê está pronto para agir caso a inflação fuja da meta estipulada pelo governo

Por Daniela Machado , Vanessa Stelzer e da Reuters
Atualização:

O Comitê de Política Monetária (Copom) está pronto para agir caso a trajetória da inflação ameace o descumprimento da meta, apontou a ata da última reunião, divulgada nesta quinta-feira, 31, deixando a porta aberta para que o juro básico brasileiro possa ser elevado pela primeira vez em mais de dois anos e meio.   Segundo o documento, a prudência passa a ter "papel ainda mais importante" neste momento. "Mesmo considerando que, no momento, a manutenção da taxa básica de juros é a decisão mais adequada, o comitê reitera que está pronto para adotar uma postura diferente, por meio do ajuste dos instrumentos de política monetária, caso venha a se consolidar um cenário de divergência entre a inflação projetada e a trajetória das metas", mostrou o documento.   "A prudência passa a ter papel ainda mais importante, nesse processo, em momentos como o atual, caracterizado pela deterioração do balanço dos riscos inflacionários", continuou o texto.   Utilizando o cenário de referência, que leva em conta a atual Selic de 11,25% e dólar a R$ 1,75, "a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2008 elevou-se sensivelmente em relação ao valor considerado na reunião de dezembro" e agora se encontra em torno da meta central de 4,5%.   O juro básico foi elevado pela última vez em maio de 2005. A partir daí, a Selic teve o mais longo período de cortes já visto, que durou até outubro do ano passado - mês em que passou a ser mantida nos atuais 11,25% ao ano.   Cenário externo   Na ata, o Copom considerou "fundamental" ressaltar que os efeitos da política monetária sobre a atividade são defasados e, assim, "parte relevante" dos cortes já feitos na Selic ainda não se refletiu na economia. "E tampouco os efeitos da atividade sobre a inflação tiveram tempo de se materializar por completo", acrescentou o colegiado do Banco Central.   Sobre as turbulências externas, o Copom avaliou que o quadro de desaceleração dos Estados Unidos está consolidado, "mas continua a incerteza quanto à sua intensidade e duração". A ata completou, no entanto, que "a visão dominante parece ser a de que a desaceleração não seria prolongada".

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