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Copom vai manter juro em alta enquanto for necessário

Por FERNANDO NAKAGAWA E ADRIANA FERNANDES
Atualização:

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central diz que vai manter o aperto monetário iniciado em abril por quanto tempo for necessário para manter a inflação de acordo com as metas. O recado foi dado na ata da reunião realizada na semana passada e que decidiu aumentar o juro básico da economia (taxa Selic) em 0,50 ponto porcentual, para 12,25% ao ano. "O comitê acredita que a atual postura de política monetária, a ser mantida enquanto for necessário, irá assegurar a convergência da inflação para a trajetória das metas", cita o trecho do documento divulgado hoje. A afirmação não constava da ata de abril, quando os diretores do BC iniciaram o aumento dos juros (aperto monetário). Na ocasião, os diretores citavam que estavam realizando "de imediato parte relevante do movimento da taxa básica de juros" e que isso poderia "reduzir a magnitude do ajuste total a ser implementado". Em abril, o juro havia subido 0,50 ponto, para 11,75% ao ano. Desde então, as perspectivas inflacionárias passaram por deterioração, principalmente com a persistência do aumento de preços dos alimentos. Apesar de afirmar na ata de junho que o aumento de juros vai prevalecer por quanto for necessário, os diretores do BC observam que uma mudança positiva no cenário dos preços poderia mudar a estratégia monetária. "Na eventualidade de se verificar alteração no perfil de riscos que implique modificação do cenário prospectivo básico traçado para a inflação pelo comitê neste momento, a estratégia de política monetária será prontamente adequada às circunstâncias", completa o documento. Demanda elevada O Banco Central manteve a avaliação de que a demanda interna continua crescendo com taxas elevadas. Na ata do Copom divulgada hoje, os diretores afirmam que "a demanda doméstica continua se expandindo a taxas robustas e sustenta o dinamismo da atividade econômica". O Copom diz que a demanda interna aquecida ocorre inclusive em setores da economia com pouca competição externa. A avaliação foi feita com a observação de que a "contribuição do setor externo para um cenário inflacionário benigno, diante do forte ritmo de expansão da demanda doméstica e do crescimento das pressões inflacionárias globais, parece estar se tornando menos efetiva", cita o documento. Diante da demanda interna aquecida, contribuição menor do setor externo e período de maturação de investimentos para aumento da capacidade produtiva, o BC diz que "cabe à política monetária atuar de forma a evitar que a maior incerteza detectada em horizontes mais curtos se propague para horizontes mais longos".

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