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Coronavírus afeta rotina de empresas chinesas no Brasil

Reuniões têm sido feitas por videoconferência e viagens internacionais, suspensas; quem volta de viagem passa por avaliação médica ou fica duas semanas trabalhando de casa

Por Renée Pereira
Atualização:

A disseminação do coronavírus afetou a rotina das empresas chinesas no Brasil, que têm uma frequência grande de funcionários indo e vindo do país asiático. Nas últimas semanas, desde que a doença ganhou mais espaço no noticiário, uma série de medidas estão sendo tomadas dentro das corporações: reuniões (presenciais) foram adiadas, viagens canceladas e quarentenas definidas para quem passou férias no exterior. As companhias também têm orientado seus funcionários a evitarem viagens internacionais.

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É o caso da Didi Chuxing, gigante chinesa que controla a 99. No Brasil, a empresa recomendou aos seus funcionários para cancelarem viagens à China e reavaliarem outros destinos internacionais. “Para o caso de funcionários que retornaram recentemente da China, ou que estão em trânsito para o Brasil, a orientação é trabalhar remotamente por um período de até duas semanas e observar eventuais sintomas da doença”, afirmou a empresa.

A CTG Brasil, que detém a concessão de hidrelétricas, adotou medidas semelhantes, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde. Segundo a empresa, todas as viagens não emergenciais foram suspensas e, principalmente por conta do período de férias, os colaboradores que retornam de viagem internacional estão passando por avaliação médica.

O presidente da Câmara Brasil-China, Charles Tang, confirma que a movimentação de executivos chineses caiu muito nas últimas semanas. Ele conta que várias reuniões passaram a ser feitas por videoconferência. “Mas nem todos os assuntos podem ser tratados numa reunião nesse formato. Alguns negócios que exigem o ‘olho no olho’”, diz o executivo, que também reduziu suas viagens à China.

Ele conta que acompanharia dois empresários brasileiros numa viagem ao país asiático para a compra de máquinas e de cosméticos. “Ambos adiaram a viagem até que a situação esteja mais resolvida”, afirma Tang, que elogiou o governo chinês na adoção de medidas “drásticas e rápidas”.

Em Taiwan, médicos medem a temperatura da população Foto: DAVID CHANG/EFE/EPA

Por aqui, além do cancelamento das viagens, as empresas também estão reforçando, em comunicados internos, observações sobre o coronavírus. ARepsol Sinopec diz que tem feito orientações sobre profilaxia para seus colaboradores, além de adiar viagens de ida ou vinda de executivos da China. 

Mesma postura adotou a CPFL Energia, que está reforçando, por meio de comunicação interna, as orientações do Ministério da Saúde em relação ao coronavírus. 

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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (Sinergia), de Campinas, Carlos Alberto Alves, diz que tem acompanhado o assunto e já pediu uma reunião com a empresa para esta semana. “A ideia é verificar os procedimentos dentro das companhias.” Segundo ele, pelas informações que tem tido, não está havendo deslocamento de executivos para o exterior nos últimos dias.

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