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Coronavírus: mercados internacionais têm queda por chance de nova onda de contaminações

Em pleno processo de reabertura, algumas das maiores economias do mundo acompanham com preocupação o ressurgimento de novos casos da doença

Foto do author Felipe Siqueira
Por Sergio Caldas e Felipe Siqueira
Atualização:

Após os mercados internacionais terem desempenhos positivos em meio ao relaxamento de medidas de isolamento social em países da Europa e da Ásia, as Bolsas de ambos os continentes fecharam em queda nesta terça-feira, 12, por conta de uma possível nova onda de contaminações nas duas regiões, que haviam registrado queda nos novos casos do novo coronavírus, causador da covid-19. Também fecharam em baixa, as Bolsas de Nova York.

Relaxamento do isolamento social na Itália. Estação de trem em Milão Foto: Alessandro Grassani/The New York Times - 11/05/2020

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Recentemente, por exemplo, na China, a Disney reabriu o parque que possui em Xangai, com pessoas utilizado máscaras e atrações limitadas. Além disso, Hong Kong é outro exemplo de reabertura na região do Pacífico. O governo local afirmou na semana passada que adotaria medidas de relaxamento do isolamento e que permitiria a reabertura de alguns estabelecimentos. 

No entanto, países como China e Coreia do Sul já relatam um ressurgimento de casos de coronavírus. A cidade chinesa de Wuhan, onde o surto de covid-19 teve início, registrou infecções após mais de um mês sem novos casos. A doença voltou a ganhar força também na Alemanha, após a maior economia europeia começar a relaxar medidas de confinamento.

Bolsas da Ásia

As Bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta terça-feira, ainda pressionadas por sinais de uma nova onda de infecções por coronavírus na região e também na Europa e após a divulgação de dados fracos de inflação da China.

O índice japonês Nikkei caiu 0,12% em Tóquio, a 20.366,48 pontos, enquanto o chinês Xangai Composto recuou 0,11%, a 2.891,56 pontos, o Hang Seng cedeu 1,45% em Hong Kong, a 24.245,68 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 0,68% em Seul, a 1.922,17 pontos, e o Taiex registrou queda de 1,21% em Taiwan, a 10.879,47 pontos.

No Japão, destaque negativo para ações das montadoras Toyota (-1,97%) e Honda (-3,48%), que divulgaram balanços nesta madrugada. Exceção, o menos abrangente índice chinês Shenzhen Composto subiu 0,33% nesta terça, a 1.810,73 pontos.

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No campo macroeconômico, o coronavírus continua tendo forte impacto na China. Em abril, o índice de preços ao produtor do gigante asiático sofreu queda anual de 3,1%, a maior em quatro anos e bem mais intensa do que previam analistas. Já a taxa anual de inflação ao consumidor chinês desacelerou de 4,3% em março para 3,3% em abril.

Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o viés negativo da Ásia e ficou no vermelho. O S&P/ASX 200 caiu 1,07% em Sydney, a 5.403,00 pontos.

Bolsas da Europa

Ainda nesta terça, a Alemanha viu triplicar o número de pacientes em 24 horas, com um total de 933. Porém, apesar das notícias, o país já projeta a volta dos campeonatos de futebol. Enquanto isso, Itália e França vêm adotando menor isolamento social

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Contudo, com as notícias sobre uma possível segunda onda de casos do coronavírus, as Bolsas da Europa fecharam sem sentido único. O índice Stoxx 600 encerrou em alta de 0,26% e em Londres, o índice FTSE 100 avançou 0,93%. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,39% e na Bolsa Frankfurt, o DAX contraiu 0,05%. Em Milão, o FTSE MIB ganhou 1,02%, em Madri, o Ibex 35 subiu 1,36% e em Lisboa, o PSI 20 recuou 1,37%.

Bolsas de Nova York

Nos Estados Unidos, o déficit orçamentário do país em abril chegou a US$ 737,8 bilhões e elevou o saldo negativo no ano fiscal de 2020 para US$ 1,481 trilhão, informou o Departamento do Tesouro hoje. Também nos EUA, foi registrada uma queda de 0,8% do índice de inflação ao consumidor em abril ante março, maior que a baixa de 0,7% esperada. Além disso, também pesou na economia local a informação de que os americanos se preparam para impor novas sanções a Pequim.

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Com isso, resultados negativos também foram sentidos nas Bolsas de Nova York. O índice Dow Jones fechou em queda de 1,89%, o Nasdaq recuou 2,06% e o S&P 500 caiu 2,05%. Pesou no mercado local, a queda das ações da Boeing, de 2,86%, da Caterpillar, de 3,32%, do Citigroup, de 3,90% e do Bank of America, de 3,14% e do Goldman Sachs, de 3,25%. 

Petróleo 

Os contratos da commodity ganharam mais impulso com o relatório do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos projetando queda na demanda global, mas também na produção do próprio país, e com expectativa mais alta para os preços do petróleo.

Em resposta, o WTI para julho, referência no mercado americano, fecharam com alta de 4,98%, a US$ 26,33 o barril. Já o Brent para o mesmo mês, referência no mercado europeu, subiu 1,18%, a US$ 29,98 o barril./ COLABOROU MAIARA SANTIAGO

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