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Correção: BC: G-20 pode ser melhor órgão para crise

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Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

A nota enviada anteriormente continha uma imprecisão. A informação sobre o trâmite do projeto da reforma tributária, que irá agora para o Senado, não foi citada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, durante entrevista. Segue abaixo a nota corrigida: São Paulo, 17 - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou hoje que o G-20 (grupo com as maiores economias desenvolvidas e emergentes) está se tornando, talvez, o mais importante órgão para discutir as questões relacionadas à crise financeira internacional. De acordo com ele, o G-20 supre uma parte do G-7 (que reúne as nações mais ricas do globo) tendendo a ocupar a longo prazo este lugar. Na avaliação de Meirelles, este movimento é natural porque os países emergentes ocupam hoje uma parcela maior da economia do que no passado. O presidente do BC enfatizou que o momento não é de desânimo, mas de muito trabalho, porque a crise é severa. Ele fez essas afirmações durante o IV Congresso Paulista de Jovens Empreendedores, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Câmbio Meirelles atualizou hoje os volumes de recursos já destinados ao mercado financeiro no intuito de ampliar a liquidez. As informações disponíveis referiam-se até o dia 5 de novembro e agora os números foram atualizados até o dia 14 deste mês. De acordo com Meirelles, o montante destinado pelo BC a realização de swaps (trocas) foi de US$ 30 bilhões. Para empréstimos voltados a linhas de comércio exterior os recursos somam US$ 4,1 bilhões. No caso de vendas de dólares com compromisso de recompra o total é de US$ 5,8 bilhões e para o mercado à vista, de US$ 6,1 bilhões. Meirelles enfatizou que quando atua no mercado de câmbio a função da autoridade não é a de controlar a tendência da taxa de câmbio. "Este é um tipo de ação que no passado fracassou, inclusive no Brasil", comentou. O presidente do BC lembrou que quando adquiria dólares no mercado o propósito da instituição era o de acumular reserva que hoje, segundo ele, são "extraordinariamente importante". Atualmente, o intuito do BC nas atuações é o de prover liquidez ao mercado. Dentre as operações citadas por Meirelles, ele enfatizou que a injeção de dólares à vista no mercado é a única que afeta as reservas internacionais, mas que, apesar disto, elas ainda são superiores a US$ 200 bilhões. Desafios O presidente do BC enfatizou que os três grandes desafios de longo prazo para o Brasil são a reforma tributária, a facilidade de fazer negócios e os investimentos em infra-estrutura. "Não podemos permitir que a crise atrase muito esta reforma (tributária)", afirmou. O projeto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora seguirá para o Senado. O segundo ponto citado por Meirelles foi a facilidade de fazer negócios no País. Ele enfatizou que o Brasil não tem uma posição de destaque no ranking internacional e citou que há dificuldade para os negócios, como, por exemplo, abrir e fechar empresas e demora para pagamento de tributos. Em relação aos investimentos em infra-estrutura, o presidente do BC reforçou que existe um compromisso claro no País. Ele voltou a dizer que o País será afetado pela turbulência externa, mas que o Brasil está mais bem preparado para enfrentá-la, relativamente a outras nações. "Vamos acompanhar a crise ainda por um bom tempo se as avaliações estiverem corretas."

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