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Correção: Meirelles defende adoção da meta de inflação

Por FERNANDO NAKAGAWA E JACQUELINE FARID
Atualização:

A nota anterior contém um erro no título. Foi escrito "do" em vez de "de". Não há erros no texto, que segue novamente: O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez uma defesa veemente do sistema de metas de inflação, no X Seminário Anual de Metas para Inflação do Banco Central do Brasil, que acontece no Rio de Janeiro. Segundo ele, o atual cenário global de alta dos preços poderia ser amenizado com a adoção do regime em mais países. "No atual contexto global, creio que o regime de metas poderá contribuir efetivamente para restabelecer níveis de inflação baixa e estável". Meirelles classificou como "precipitadas e equivocadas" as discussões a respeito do futuro do regime de metas. Segundo ele, esse questionamento foi deflagrado com a alta da inflação global gerada pela pressão das matérias-primas (commodities) internacionais e "evidentes descompassos entre o ritmo de crescimento da demanda e da oferta em diversos países". Para Meirelles, as metas têm se mostrado "bastantes resilentes e eficazes". Na avaliação de Meirelles, a situação é exatamente contrária à avaliação feita por alguns economistas. Para ele, esse sistema é "particularmente apropriado para lidar com episódios de aceleração inflacionária". A respeito do regime de metas no Brasil, o presidente do BC repetiu trecho da ata do Copom e disse que o BC vai atuar de forma vigorosa para "reverter as pressões inflacionárias e trazer a inflação de volta para a meta central de 4,5% já em 2009". Segundo Meirelles, a sociedade amadureceu nos últimos anos e a avaliação a respeito do comportamento da economia mudou. O presidente do BC também afirmou que a história recente mostra que a política "de ajuste fino da demanda, que supostamente visa preservar a todo o momento e em todas as circunstâncias um ritmo mínimo de atividade econômica" é "equivocada e extremamente custosa". Essa estratégia foi qualificada por Meirelles como a de construir "ilhas de prosperidade" na economia. O presidente do BC comentou também que é preciso admitir que existem limites na política monetária. Segundo ele, os juros podem buscar a preservação do equilíbrio interno de países como o Brasil que tem metas para a inflação. Ele lembrou que não é possível mirar dois objetivos, como a inflação e o câmbio, ao mesmo tempo. "No regime de metas, a taxa de juros deve ser desonerada da função de promover o equilíbrio do balanço de pagamentos, sendo essa função exercida com muito mais eficiência pela taxa de câmbio", afirmou. Ele reforçou o apoio ao sistema de câmbio flutuante adotado no Brasil. "Em menos de 10 anos de flutuação cambial, nossos indicadores de solvência externa atingiram níveis compatíveis com a classificação de risco de grau de investimento", disse durante o seminário que comemora os 10 anos do regime de metas de inflação.

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