A despeito das sinalizações do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que o novo governo fará corte de gastos, o novo ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Eliseu Padilha, disse nesta terça-feira, 6, que não faltarão recursos para o programa de aviação regional, eleito como prioridade de sua gestão.
O ministro disse que o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), que vai financiar o programa, deve arrecadar R$ 4,2 bilhões neste ano, recursos que serão suficientes para bancar os subsídios previstos no programa. "A aviação tem recursos próprios, não depende de repasses da União."
Eliseu Padilha disse que o governo planeja lançar as primeiras licitações de obras do plano de aviação regional até o fim deste ano. Segundo ele, dado o andamento do cronograma, as primeiras licitações sairiam apenas em 2016 ou 2017. "Vamos tentar fazer o impossível e lançar as primeiras licitações de obras nos aeroportos ainda neste ano", afirmou, após cerimônia em que assumiu o cargo. Padilha já foi ministro dos Transportes em 1997 e assume a pasta no lugar de Moreira Franco.
"Vamos reformar ou construir 270 aeroportos regionais, e os projetos de 229 desses aeroportos já estão em elaboração", afirmou. "Com o programa, 96% da população brasileira será atendida com voos regulares e serviço de qualidade. Essa é a meta. E a região amazônica terá um cuidado especial para que essa meta também seja alcançada lá",
Grandes aeroportos. O novo ministro da SAC disse que o programa de concessões de grandes aeroportos para a iniciativa privada vai continuar em 2015, mas não detalhou quais os próximos empreendimentos que serão leiloados.
"Ainda não há decisão sobre os próximos aeroportos que serão concedidos. Primeiro vamos definir a cesta de aeroportos para concessão", afirmou. Segundo ele, a nova modelagem pode trazer um "mix" de aeroportos mais e menos lucrativos em cada lote. "Podemos compensar os aeroportos com maior potencial de lucro com outros de menor potencial. Mas são estudos preliminares", completou.
Para Padilha, a prioridade no momento é a conclusão das obras em andamento em aeroportos administrados pela Infraero, como no caso do Salgado Filho, em Porto Alegre. O aeroporto gaúcho é um dos principais candidatos para a nova rodada de concessões. "As obras em andamento devem seguir seus cronogramas", enfatizou.