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Corte de juros vai acelerar no Brasil, diz BofA

Banco americano acredita que BC vai reduzir 1 ponto porcentual na Selic até reunião de maio e vai seguir com estratégia em 2018

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:

O real está 5% sobrevalorizado em relação ao dólar e a tendência é de que a moeda brasileira se desvalorize ao longo dos próximos trimestres, avaliam os estrategistas do Bank of America Merrill Lynch em relatório divulgado ontem.

Taxa Selic, do Banco Central, está hoje em 12,25% ao ano Foto: Beto Nociti|BCB

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Ao mesmo tempo, o banco norte-americano projeta que o Banco Central vai acelerar o ritmo de corte na taxa de juros para 1 ponto porcentual até a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio e seguir com a estratégia de redução na Selic em 2018. Com isso, o banco reduziu suas projeções para os juros no Brasil. Pelo lado dos riscos, a delação de executivos da Odebrecht é vista como uma ameaça à aprovação da reforma da Previdência.

O BofA projeta que o dólar vai subir do nível atual para R$ 3,20 no segundo trimestre, R$ 3,30 no terceiro e R$ 3,40 no quarto período do ano. Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou cotada em R$ 3,11.

Se a tendência para o real é de depreciação em relação ao dólar, os juros no Brasil devem seguir em queda. Os analistas do BofA para Brasil, David Beker e Ana Madeira, projetam que a taxa básica de juros deve terminar o ano em 9%, abaixo dos 9,75% previstos anteriormente. Para 2018, a previsão agora é de juro básico em 8,25%, abaixo da estimativa anterior, de 9,75%.

“Esperamos que o Banco Central vá acelerar o ritmo de corte para 100 pontos-base até maio e, em seguida, reduzir para 50 pontos”, ressalta o relatório do banco. Se os índices de inflação continuarem vindo aquém do previsto e as expectativas do mercado caírem abaixo dos 4,5% da meta oficial do BC, o BofA avalia que há chance de ainda mais cortes na Selic. O banco projeta que o IPCA tenha alta de 4,2% este ano e de 4,6% em 2018.