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Corte no IOF mostra começo do fim da ‘nova matriz econômica’, diz consultoria

Para Felipe Salto, da Tendências, governo sinaliza que ‘quando a coisa aperta, a inflação é prioridade’

Por e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - A redução de 6% para zero na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de estrangeiros em renda fixa foi considerada "positiva" pelo especialista em contas públicas da Tendências Consultoria Integrada, Felipe Salto e, segundo ele "mostra o começo do fim" da nova matriz econômica adotada pelo governo federal. Essa nova matriz, segundo Salto, é baseada nas desonerações, câmbio depreciado e juros reais baixos.

"O governo dá um passo atrás e sinaliza para o mercado que, quando a coisa aperta, a inflação é a prioridade das prioridades", disse Salto, citando a alta acumulada de 0,75 ponto porcentual na Selic, para 8% ao ano, e a redução do IOF sobre aplicações em dólar como medidas para barrar a alta nos preços."A depreciação rápida (do câmbio) de 4% na última semana de maio pressiona rapidamente inflação e gera pressão por mudança. Apesar de o governo dizer que são políticas distintas e que a redução no IOF não ocorre por pressão inflacionária, na nossa visão estão intimamente relacionadas", afirmou Salto.Para o especialista da Tendências, apesar de o dólar ainda não ceder durante as negociações de hoje e permanecer em torno de R$ 2,15, a moeda norte-americana deve recuar no "curtíssimo prazo" , porque a redução de 6% no IOF trará, naturalmente, o investidor para aplicações. "O dólar vai cair, mas não vai ficar muito abaixo dos R$ 2,10", afirmou Salto.

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