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Bolsa fecha com leve queda de 0,25% em dia de realização de lucros; dólar fica a R$ 5,35

Mercado ainda acompanhou com certa preocupação o cenário fiscal do País e cautela fez a B3 se descolar dos ganhos vistos no exterior

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Por Redação
Atualização:

Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, ficou imune aos ganhos vistos no exterior e encerrou com leve queda de 0,25%, aos 100.911,13 pontos nesta quarta-feira, 2, com os investidores ainda preocupados com o cenário fiscal do País. O dólar, no entanto, manteve o mesmo ritmo de queda da sessão anterior, ainda que em menor ritmo, e fechou o dia com queda de 0,51%, a R$ 5,3575.

O clima nas mesas teve algum otimismo em relação ao andamento das reformas, sobretudo com a administrativa, que deve ser entregue na quinta-feira, 3, pelo governo. Além disso, o mercado também viu com bons olhos aprovação da lei do gás na última terça-feira, 1, na Câmara dos Deputados. Nesta quarta, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que com a medida, haverá investimentos e maior interesse da indústria por consumo.

Dólar Foto: Reuters

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"Há muita expectativa para o que de fato virá nesta proposta de reforma administrativa, já aparecem sinais de que o funcionalismo deseja conversar com o governo. Sabemos que, assim como o teto de gastos, as reformas são essenciais à estabilidade fiscal, e a preocupação com este aspecto tem mantido o mercado doméstico sem correlação com Nova York, que tem avançado especialmente sob o impulso das ações de tecnologia", observa a analista Sandra Peres, da plataforma digital TradeMap.

A agênda econômica mais esvaziada desta quarta também pesou no índice, que saiu do patamar dos 102 mil pontos do fechamento da última terça-feira, 1, para bater nos 100.871,79, uma queda de 1,27%, no pregão de hoje. Com os resultados da sessão, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, acumula perda de 0,23% na semana e cede 11,88% no ano.

Nesta quarta, algumas das ações que registraram as maiores altas no pregão de ontem, encerraram em queda, com os investidores realizando lucros. Vale On teve perda de 0,71%, Gerdau Metalúrgica cedeu 1,53% e Gerdau Pn recuou 1,05%. Ajustes menores foram observados em Petrobrás Pn e On, com quedas modestas de 0,31% e 0,26% cada, em dia negativo também para o petróleo. O  WTI para outubro fechou em queda de 2,92%, a US$ 41,51 o barril, enquanto o Brent para novembro teve baixa de 2,52%, a US$ 44,43 o barril.

Câmbio

O real foi na contramão de outras moedas emergentes e operou valorizada ante o dólar na tarde de hoje, após uma manhã volátil. A divisa dos Estados Unidos teve dia de valorização praticamente generalizada no mercado internacional. No mercado doméstico, porém, fechou em queda, em meio às expectativas de avanço das reforma e as reiteradas promessas de disciplina fiscal pelo governo.

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O sócio fundador da Polo Capital, Claudio Andrade, observa que a situação fiscal brasileira ficou muito agravada, mas tem havido consenso da necessidade de avançar com reformas. "Algum tipo de reforma tributária a gente vai ter que ter", disse em live hoje da Genial Investimentos, ressaltando que a tramitação do texto junto com a reforma administrativa pode ajudar a dividir o "barulho" que as medidas propostas terão no Congresso, com vários grupos tentando definir seus interesses.

A expectativa de avance a agenda de reformas do governo também fez com que o risco Brasil a caísse abaixo de 200 pontos pela primeira vez desde 10 de março. Ainda hoje, o dólar para outubro fechou com queda de 1,07%, a R$ 5,3460.

Bolsas do exterior

Alguns dos maiores ganhos desta quarta foram registrados em Nova York: o Dow Jones teve alta de 1,59%, o S&P 500 avançou 1,53% e o Nasdaq subiu 0,98% - com os dois últimos índices voltando a bater recordes de fechamento. Por lá, nem mesmo o conteúdo divulgado no Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o BC americano), que apontou para uma desaceleração do crescimento do emprego em cidades dos EUA, conseguiu segurar os ganhos.

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No mercado europeu, as perdas do dia anterior foram recuperadas hoje, em sintonia com a melhora de Nova York - por lá, o Stoxx 600 encerrou com alta de 1,66%. As Bolsas do velho continente também fecharam o dia com ganhos consistentes: Frankfurt subiu 2,07%, Londres teve ganho de 1,35% e Paris avançou 1,90%. Já Milão, Madri e Lisboa tiveram ganhos de 1,34%, 0,57% e 0,52% cada.

Já na Ásia, assim como no Brasil, os índices tiveram um dia de correção, após os ganhos do pregão anterior. O chinês Xangai Composto recuou 0,17% e o Shenzhen Composto subiu 0,46% hoje, enquanto o Nikkei subiu 0,47% em Tóquio, o sul-coreano Kospi se valorizou 0,63%, o Hang Seng caiu 0,26% em Hong Kong e o Taiex registrou baixa marginal de 0,03% em Taiwan. Já a Bolsa australiana avançou 1,84% em Sydney./LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E MAIARA SANTIAGO

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