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Dólar fecha a R$ 5,39 e Bolsa tem alta com Biden cada vez mais perto de ganhar a eleição

Candidato democrata passou na frente de Donald Trump em Estados decisivos como Pensilvânia e Geórgia e dá sinal de que pode ganhar a eleição dos EUA

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:

Enquanto os investidores esperam a confirmação da vitória de Joe Biden, os ativos tiveram grandes melhoras no final da tarde desta sexta-feira, 6. No câmbio, o dólar fechou R$ 5,3937, uma baixa de 2,74% e no melhor nível desde 22 de setembro. No mercado, as bolsas de Nova York ficaram sem sinal único, com o temor de Donald Trump judicializar a eleição, enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, encerrou com leve alta de 0,17%, aos 100.925,11 pontos.

"Parece que Joe Biden reconstruiu a parede azul. Alçando vitórias na Pensilvânia e na Geórgia, esta eleição será definida em breve", avalia o analista de mercado financeiro da Oanda em Nova York, Edward Moya, em nota. Ele observa que Trump tem declarado que vai à Suprema Corte, mas sem nenhuma evidência confiável de fraude eleitoral e uma derrota nos estados restantes, uma eleição contestada provavelmente não mudará o resultado iminente. Até o final desta tarde, segundo a AFP, Joe Biden tem 253 delegados, enquanto Donald Trump possui 214. Ao todo, são necessários 270 delegados.

Chance de Joe Biden ganhar a eleição parece cada vez mais próxima nesta sexta-feira, 6. Foto: Erin Schaff/The New York Times

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"Nossa análise é de que este cenário que está se consolidando [com a vitória do democrata] possivelmente é o melhor para emergentes, incluindo o Brasil. Mais do que a eleição de Biden em si, é o equilíbrio de poder [com o Congresso ainda dividido entre democratas e republicanos], que tende a favorecer a parte boa do futuro presidente - visão multilateral do comércio, atitude global mais previsível e construtiva -, restringindo o lado negativo - busca por mais regulação e impostos", diz Guto Leite, gestor de renda variável da Western Asset.

"O cenário é de que se terá um pacote fiscal moderado, ainda que os republicanos venham a endurecer o jogo", acrescenta o gestor, que avalia a derrota de Trump como a rejeição, no voto popular, da ala ultraconservadora, e não uma derrota "acachapante" para o partido como um todo. "O resultado foi apertado, sem onda azul, o que favorece uma convergência para o centro, positiva em uma perspectiva de longo prazo."

De olho nas eleições, o dólar acumulou queda de 6% na semana aqui no País, a maior desde maio. Com isso, a valorização anual do dólar baixou para 34%, ainda deixando a moeda brasileira entre os piores desempenhos este ano, junto com peso argentino e lira turca. "O real conseguiu se apreciar fortemente contra o dólar nesta semana, em linha com outras moedas emergentes", observa a analista de mercados emergentes do banco alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger.

Hoje, além do exterior favorável, a promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de voltar com a agenda de reformas já na semana que vem também ajudou a retirar pressão do câmbio.

Ainda hoje, o DXY, índice que mede o dólar ante divisas fortes, caiu nesta tarde ao menor patamar desde 31 de agosto, em 92,228 pontos (-0,32%). "As perdas do dólar se aceleraram hoje no mundo", destaca o analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo, ressaltando que a divisa dos EUA atingiu picos de baixa ante euro, iene, dólar canadense e dólar australiano. Assim, o relatório de emprego de outubro, o payroll, surpreendeu, com criação de vagas acima do previsto, mas acabou ficando em segundo plano, com Wall Street monitorando mais de perto as telas de apuração.

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Bolsa

Os mercados globais chegaram ao fim da semana ensaiando uma pausa na sequência positiva que começou a emergir aos primeiros sinais de que Joe Biden superaria Donald Trump na disputa pela Casa Branca, em um dia marcado pela realização de lucros dos investidores. Assim, surfando a onda de bem-estar no exterior, o Ibovespa acumulou ganho de 7,42% nestas últimas quatro sessões, o melhor desempenho semanal para o índice da B3 desde o intervalo entre 1º e 5 de junho, quando havia avançado 8,28%. Com o salto nesta semana que chega ao fim, o Ibovespa recuperou-se da perda de 7,22% acumulada na anterior. O giro financeiro de hoje ficou em R$ 27,1 bilhões e, com o desempenho desta primeira semana de novembro, o índice limita as perdas do ano a 12,73%.

Hoje, as bolsas de Nova York ficaram sem sinal único. Dow Jones, S&P 500 fecharam em baixas de 0,24% e 0,03% cada, mas o Nasdaq subiu 0,04%. Na Europa, Frankfurt e Paris caíram 0,70% e 0,46% cada, enquanto Londres teve leve alta de 0,07%. Já os contratos de petróleo tiveram forte baixa, e WTI para dezembro e Brent para janeiro caíram 4,25% e 3,62% cada. O resultado segurou os ganhos de Petrobrás ON e PN, que tiveram leve recuou de 0,35% e 0,70% cada.

Nesta sexta, as ações de Vale subiram 1,02%. Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, Hypera subiu 6,02%, à frente de Braskem, com 5,40% e Iguatemi, com 5,10%. No lado oposto, Rumo cedeu 3,27%, Suzano, 2,73%, e Fleury, 2,17%./LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E MAIARA SANTIAGO

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