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Bolsa encerra aos 125,5 mil pontos e bate recorde histórico de fechamento; dólar cai a R$ 5,21

Puxado pela valorização de mais de 5% da Petrobrás e acompanhando os ganhos no exterior, Ibovespa subiu 0,96% e superou recorde alcançado no dia 8 de janeiro deste ano

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Por Redação
Atualização:

Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa brasileira, encerrou nesta sexta-feira, 28, em alta de 0,96%, aos 125.561,37 pontos, alcançando um novo recorde histórico de fechamento, feito que tinha acontecido pela última vez em 8 de janeiro deste ano. Contribuíram para a alta a valorização das ações da Petrobrás, com ganhos acima dos 5%, e o bom desempenho do mercado de Nova York. No câmbio, o dólar caiu 0,82%, cotado a R$ 5,2121, no menor patamar desde 14 de janeiro.

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Além do recorde de fechamento, o índice também alcançou uma nova referência histórica de cotação intradia, depois de bater nos 125.697,58 pontos, já perto do final do pregão. A última vez que isso tinha acontecido também foi em 8 de janeiro. Com isso, o Ibovespa encerra a semana em alta de 2,42%, vindo de leve avanço de 0,58% na anterior. Nesta sexta-feira, emendou a terceira alta diária, elevando os ganhos do ano a 5,50% - no mês, sobe 5,61%. Na mínima, chegou a bater nos 124.284,00 pontos.

O forte desempenho de Petrobrás ON e PN, hoje com ganhos de 5,78% e 4,17%, foram essenciais para o desempenho da Bolsa. A alta foi motivada pela elevação da recomendação da estatal pelo JP Morgan, que fixou o preço-alvo das ações em R$ 35,50. Em relatório, o banco cita a percepção de menor risco com a nova diretoria mantendo a direção estratégica da estatal, comprometida em manter o foco no pré-sal, disciplina de capital, controle de custos, entre outros pontos. Somente no pregão de hoje, a estatal ganhou R$ 16,9 bilhões.

Com a ajuda da Petrobrás, Bolsa superou recorde alcançado em janeiro deste ano. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

"Esses novos recordes [da Bolsa] foram muito impulsionados por Petrobrás: suas ações sofreram desde as preocupações sobre eventual intervenção do governo na política de preços. Aqui, o mercado parece não ter se preocupado muito com o IGP-M alto", diz Rodrigo Knudsen, gestor da Vitreo. Segundo dados de hoje, o Índice Geral de Preços (IGP-M) acelerou 4,10% em maio, depois de registrar queda de 1,51% em abril.

O avanço de Nova York, apesar dos índices realizarem parte dos lucros já no final do pregão, à espera do feriado do Memorial Day na próxima segunda-feira, 31, também ajudou no resultado. Após dados sobre a inflação americana ficarem em linha com o esperado, afastando temporariamente a necessidade de aperto nas medidas de estímulos, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram 0,19%, 0,08% e 0,09% cada.

No entanto, alguma cautela ainda ficou no radar. "Ainda há fatores de risco, como a possibilidade de crise hídrica, que traria efeito para as tarifas de energia em um momento em que a inflação [no Brasil] ainda preocupa - e, no limite, o próprio ritmo da retomada econômica do País", destaca Cássio Bambirra, sócio da One Investimentos. Hoje, o governo emitiu um alerta de emergência hídrica em cinco Estados brasileiros de junho a setembro.

Analistas gráficos apontam que, tendo se firmado acima dos 123 mil pontos, o Ibovespa ganhou dinamismo para buscar novas máximas, favorecido pela perspectiva mais positiva aqui e no exterior. No Brasil, as mais recentes leituras sobre a arrecadação federal e o resultado das contas do governo central ajudam a firmar a percepção de que a situação fiscal não é tão ruim quanto se chegou a temer, o que estimula uma descompressão adicional sobre o câmbio.

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"O que tem prevalecido no momento, como vimos nesta semana, foi o apetite por risco, com o mercado focado no médio prazo, destravado pelos Estados Unidos, que está entregando uma retomada forte com o avanço da vacinação. A normalização aos poucos começa a se refletir também no Brasil", diz Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos.

Entre os papéis, as ações do setor bancário chamaram atenção, com ItaúSantander em altas de 1,92% e 1,44% cada. Já Banco do Brasil e Bradesco fecharam estáveis, mas com leve ganho marginal. No lado oposto, Sabesp teve queda de 4,74%, após o governo de São Paulo indicar que não dará prosseguimento à privatização.

Câmbio

O dólar engatou nesta sexta-feira o terceiro dia seguido de queda, acumulando desvalorização de 2,64% na semana. O número é resultado de uma combinação de dólar mais fraco no exterior e melhora do cenário para a economia brasileira, o que por si já provoca uma redução do rombo fiscal, ao menos no curto prazo. A moeda americana acumula queda de 4,05% em maio. Se confirmada até o pregão de segunda-feira, será a maior desde novembro de 2020. Ainda hoje, o dólar para junho cedeu 0,23%, a R$ 5,2275.

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"Os dados correntes de atividade continuaram motivando revisões do PIB [brasileiro] de 2021 para cima, o que juntamente com resultados e projeções fiscais melhores deram fôlego adicional para a moeda brasileira", comenta a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, em uma análise semanal. Além disso, ela ressalta que a balança comercial continuou robusta e investimentos em carteira de estrangeiros voltaram a mostrar recuperação nas últimas semanas.

Neste ambiente mais positivo para o Brasil, investidores estrangeiros fizeram forte movimento de redução de posições contra o real na B3. Nos últimos 5 dias até ontem, o saldo total comprado nestes contratos, que ganham com a alta do dólar, caiu de US$ 27,6 bilhões para US$ 25,6 bilhões, um dos menores níveis dos últimos meses. 

Análise técnica dos estrategistas do alemão Commerzbank observa que o dólar pode tentar como próximo alvo romper os R$ 5,19, mínima batida no começo do mês. Se conseguir romper este nível, pode buscar os R$ 5,12, nível visto pela última vez em janeiro. /LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E MAIARA SANTIAGO

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