Após ter tocado terreno negativo no meio da tarde, enquanto o dólar renovava máximas do dia, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3 encerrou nesta quinta-feira, 2, praticamente no zero a zero, com ganho de 0,03%, aos 96.234,96 pontos, na véspera de feriado nos Estados Unidos que vai fechar o mercado americano. Também em consequência disso, o dólar fechou o dia com valorização de 0,55%, a R$ 5,3472.
"É natural a cautela antes do feriado da independência amanhã nos EUA, o que afeta as condições de liquidez. Muita coisa pode acontecer em três dias, então se evita tomar posição", diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos. "Este patamar atual do Ibovespa, de 96 a 97 mil pontos, é muito mais condizente com a recuperação observada nos pares do que propriamente com a produtividade por aqui. Estamos ainda um passo atrás na recuperação", acrescenta o analista, observando que dados mais recentes, como os de veículos, atividade industrial e Caged, embora não cheguem a ser motivo de comemoração, sugerem que o pior da crise pode ter ficado para trás também no Brasil.
Na semana, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, acumula ganho de 2,56% e nas duas primeiras sessões de julho avança 1,24%. O giro financeiro ficou em R$ 26,9 bilhões, com o índice tendo chegado a romper a resistência dos 97,6 mil para chegar aos 97.864,16 pontos na máxima da sessão. No ano, ele mantém as perdas a 16,78%. Com o desempenho de hoje, o Ibovespa mantém o maior nível de encerramento desde o último dia 19, então aos 96.572,10 pontos.
Com os ganhos mais comedidos do índice, o dia foi de perdas para algumas das ações da B3. Na ponta negativa do Ibovespa, IRB encerrou hoje em baixa de 12,24%, seguida por Lojas Americanas, com 4,27%. No lado oposto, BTG subiu 3,27%, CSN, 2,55%, e Gerdau Metalúrgica, 2,26%. Entre as blue chips, Petrobrás PN subiu 1,61%, Vale ON ganhou 1,74% e Itaú Unibanco 1,72%.
Câmbio
Após volatilidade nos negócios da manhã, o dólar firmou-se em alta à tarde. Operadores destacam que tesourarias e grandes investidores aceleraram as compras da moeda americana na reta final dos negócios, em busca de proteção por causa do feriado nesta sexta-feira nos Estados Unidos, que deve deixar o mercado sem liquidez. Há o temor do que Donald Trump possa falar sobre a China nos eventos da independência dos EUA e também de como vai se comportar o crescimento dos casos de coronavírus.
Em junho, a taxa de desemprego caiu para 11,1% e foram criadas 4,8 milhões de vagas, enquanto se previa 3,7 milhões. "São números fortes, mas a dúvida é se esse movimento vai durar", escreve Bryson, em relatório. O dólar chegou a cair ante moedas fortes e emergentes após o relatório de emprego, mas o movimento também perdeu força à tarde. Perante divisas principais, a moeda americana passou a subir e operou toda a tarde em alta.
Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, o dólar turismo é cotado próximo de R$ 5,50. Já o dólar para julho fechou com alta de 0,80%, a R$ 5,3670.
Bolsas do exterior
A esperança de uma vacina contra o coronavírus ajudou os mercados da Ásia, que fecharam com alta generalizada. Na China, Xangai Composto e Shenzhen Composto subiram 2,13% e 1,25% cada, enquanto o Hang Seng teve alta de 2,85% em Hong Kong. O japonês Nikkei teve modesto ganho de 0,11%, enquanto o sul-coreano Kospi teve alta de 1,36%. Já o Taiex se valorizou 0,87% em Taiwan. Na Oceania, a Bolsa australiana avançou 1,66%.
Já na Europa, foi a melhora do mercado americano que ditou o tom das Bolsas locais e do Stoxx 600, que fechou com ganho de 1,97%. A Bolsa de Londres avançou 1,34% e a de Frankfurt, 2,84%. Já Paris ganhou 2,49%. Enquanto isso, Milão, Madri e Lisboa subiram 2,88%, 3,75% e ,79% cada.
Os índices das Bolsas de Nova York também foram beneficiados pela geração de empredos, mas tiveram uma redução dos ganhos nos últimos minutos do pregão, antes do feriado de 4 de julho. O Dow Jones subiu 0,36%, o S&P 500 avançou 0,45% e o Nasdaq registrou alta de 0,52%.
Petróleo
No mercado de commodities, o petróleo seguiu o otimismo gerado pelos dados de emprego nos EUA e fechou o pregão com ganhos. O contrato do WTI para agosto, referência no mercado americano, subiu 2,08%, a US$ 40,65 o barril. Já o Brent para setembro, referência no mercado europeu, avançou 2,65%, a US$ 43,14 o barril.