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Coutinho diz esperar que sacrifício dos juros seja curto

Por Elizabeth Lopes
Atualização:

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje esperar que o sacrifício que deve ser feito por causa do aumento da taxa de juros, como instrumento de controle da inflação, seja o mais curto possível. Na avaliação de Coutinho, é muito difícil saber por quanto tempo as commodities continuarão a pressionar o sistema e quando o petróleo poderá cair. "Mas o que está ao alcance do Brasil está sendo feito", afirmou, destacando o trabalho realizado pela equipe do Banco Central (BC). Segundo ele, o BC cuida do controle da inflação, mas também é importante que o setor industrial dê uma resposta positiva para que ela não escape do controle. "A alta de juros é um sacrifício transitório que tem um custo fiscal, sem dúvida nenhuma, mas necessário para que possamos atravessar essa etapa de pressão inflacionária que é mundial", disse. Coutinho ressaltou: "O Brasil está até bem posicionado, mas não devemos relaxar para que a inflação não escape do controle." Apesar de falar em sacrifício, o presidente do BNDES afirmou acreditar que o aumento da Selic é transitório. Coutinho disse que isso ocorre para garantir que a inflação fique sobre controle. "Isso é importante para a sustentação da confiança empresarial. A confiança no futuro depende da manutenção e controle da inflação", emendou. O presidente do banco voltou a dizer da "firme preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para impedir a volta da inflação". Segundo Coutinho, Lula pediu a mobilização de todas as forças do governo nesse sentido. Sobre a questão polêmica de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), Coutinho procurou desvincular a invenção da Contribuição Social para a Saúde pela Câmara dos Deputados da reforma tributária ou da política industrial. "Não vejo relação direta de uma coisa com outra, pois há um ciclo de confiança na economia brasileira. O BNDES continua observando o firme crescimento da demanda por investimento."

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