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Coutinho: juro maior não vai prejudicar investimentos

Por Renata Veríssimo
Atualização:

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou hoje não acreditar que o aumento das taxas de juros promovido pelo Banco Central possa desarmar o ciclo de investimentos produtivo atual tal como ocorreu entre 2004 e 2005. "Desta vez, o ciclo de investimento produtivo vai se manter firme e vamos ultrapassar essas pressões inflacionárias e colocar a inflação dentro da meta e, com isso, subir o crescimento potencial do PIB para perto de 5%", afirmou Coutinho em entrevista após a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Ele lembrou que o Banco Central tem sinalizado que o novo ciclo de alta de juros deve ser curto e que o seu objetivo é manter as expectativas sob controle. Coutinho afirmou que até o momento as decisões de investimento e a demanda por financiamentos dos bancos têm se mantido muito firme. Mais cedo, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação pública federal vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Márcio Pochmann, afirmou que a elevação da Selic pode interromper o ciclo de investimentos, repetindo-se o que já ocorreu em 2004 e havia acontecido no Plano Real. "O juro pode ter um efeito de desacelerar a inflação, mas pode ter efeito maior, negativo, sobre a produção, os investimentos e a sociedade", declarou Pochmann, em entrevista após participar de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, no Senado.

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