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CPFL pode fazer parceria em usinas de energia de biomassa

A informação foi dada pelo presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Wilson Ferreira Júnior, admitiu nesta sexta-feira, 9, a possibilidade de a empresa entrar em parceria com usinas de cana-de-açúcar em novos investimentos em plantas de geração de energia a partir de biomassa. Segundo ele, a CPFL até hoje só entrou neste mercado como compradora da energia gerada pelas usinas, que utilizam o bagaço da cana como matéria-prima para movimentar as caldeiras. Hoje, a CPFL já possui pelo menos 5% de sua energia gerada por meio do derivado da cana. "Fomos pioneiros em garantir contratos de longo prazo (dez anos) com as usinas e isso permitiu a expansão do setor. Agora, para viabilizar um aumento dessa produção, estamos dispostos a negociar parcerias", disse. A biomassa é um tipo de matéria utilizada na produção de energia a partir de processos como a combustão de material orgânico produzida e acumulada em um ecossistema. Ela tem como vantagens o baixo custo, o fato de ser renovável e permitir o reaproveitamento de resíduos e, além disso, é menos poluente que outras formas de energias, como a obtida a partir da utilização de combustíveis fósseis como petróleo e carvão mineral. De acordo com Ferreira, a energia gerada nas novas usinas seria negociada pela CPFL nos leilões de energia e não mais no âmbito do Proinfa. Entrave O presidente da CPFL afirmou que a nova tecnologia que permite extrair mais álcool do bagaço da cana de açúcar pode ser o principal entrave para a expansão do parque de co-geração de energia gerada a partir desse tipo de biomassa. "Será uma finalidade concorrente, e apenas o usineiro é que terá o poder de definir para qual atividade irá destinar sua produção de acordo com a rentabilidade no momento", considerou. Ele lembra, no entanto, que a geração das usinas já existentes está garantida em contrato. "Não vejo como termos problemas com isso. Mesmo que o álcool seja a opção mais rentável para a usina, ela tem que cumprir os contratos estabelecidos anteriormente", afirmou. Ainda para o executivo, para incentivar hoje os usineiros a investirem na expansão do parque de co-geração, seria ideal que a energia gerada fosse negociada em leilão a pelo menos R$ 120,00 o MW/hora. Nova usina A CPFL Energia inaugura no próximo dia 15 de março, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Usina Hidrelétrica de Campos Novos, localizada no Rio grande do Sul. A usina obteve autorização junto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para operar o sua primeira unidade geradora, que é responsável por 91% (342 MW médios) da energia assegurada do empreendimento. Até abril de 2007 as demais turbinas deverão estar em funcionamento. O enchimento do reservatório da usina foi concluído em 31 de janeiro de 2007. A participação da CPFL no empreendimento é de 48,72%, o que representa uma potência instalada e energia assegurada de 428,8 MW e 184,1 MW médios, respectivamente. Financiamento A companhia negocia nesta sexta com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) seu enquadramento nas condições especiais de financiamento incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O objetivo é negociar o financiamento para a usina de Foz do Chapecó, que vai gerar a partir de 2010 220 MW médios no Rio Grande do Sul. Segundo Ferreira, a CPFL já havia tido o financiamento para a usina aprovado pela diretoria do banco, quando saíram as regras do PAC. "vamos aumentar o nosso prazo de pagamento de 14 para 16 anos", considerou, em entrevista após participar de evento da Apimec no Rio, para a divulgação de resultados da empresa. Reajuste O presidente da CPFL disse ainda que acredita que há formas de negociação com relação à revisão das tarifas de energia elétrica este ano. "A Aneel já abriu brecha, entende o nosso lado e não está tão inflexível aos nossos apelos", disse o executivo. Indagado por analista, ele disse que prefere não opinar com relação à revisão para baixo dos preços da energia distribuída pela Coelce, primeira distribuidora a passar pela revisão tarifária este ano. A previsão do setor é de que as demais distribuidoras tenham reajustes tão fortes quanto os 6,67% da Coelce.

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