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Crédito brasileiro no exterior supera a dívida, diz BC

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

O Banco Central estima que o Brasil já é credor externo. A avaliação consta do relatório "Indicadores de Sustentabilidade Externa do Brasil, Evolução Recente" divulgado hoje pela instituição. No documento, o BC destaca o desempenho da dívida externa total líquida - diferença entre a dívida externa bruta e os ativos do País no exterior, principalmente as reservas internacionais. Estimativa do BC mostra que esse índice terminou janeiro de 2008 negativo em mais de US$ 4 bilhões. "No primeiro mês de 2008, já se estima que esse montante se tornará negativo em mais de US$ 4 bilhões, significando que, em termos líquidos, o País passou a credor externo, fato inédito em nossa história econômica", diz o texto de sete páginas disponível na internet. O BC lembra que a posição devedora do Brasil era de US$ 165,2 bilhões ao final de 2003. O documento cita que os ativos do País no exterior são constituídos "fundamentalmente pelas reservas internacionais" que hoje estão entre os indicadores externos que apresentam melhora recente. Para o BC, as reservas apresentaram "evolução sem precedentes nos últimos anos", de US$ 16,3 bilhões, em 2002, quando excluídos os empréstimos do FMI, para US$ 180,3 bilhões ao final de 2007, "tendo crescido 110,1% apenas neste último ano", destaca o texto. Na avaliação da autoridade monetária, "o principal fator responsável por essa ampliação foi o superávit no mercado cambial, que acumulou US$ 150,6 bilhões de 2003 a 2007". No relatório, o BC avalia que a compra feita pela própria instituição no mercado cambial respeita a política de câmbio flutuante. "Ou seja, não adicionando volatilidade ao mercado e não definindo pisos nem tendências", cita o documento. As compras líquidas de dólar feitas pelo BC alcançaram US$ 141,3 bilhões nos últimos cinco anos, dos quais 55,6% apenas em 2007.

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