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Crédito e estabilidade reduzem opção de consórcio de veículos

De 2005 para o primeiro semestre deste ano, a redução da participação do consórcio foi de 8% para 5%

Por Agencia Estado
Atualização:

A estabilidade econômica e o crescimento da oferta de crédito estão reduzindo a opção do consórcio para a compra de veículos. Dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) mostram que, entre as modalidades de pagamento na venda de veículos (passeio e comerciais leves), o consórcio passou de uma fatia de 19% do total financiado em 2000 para 5% no primeiro semestre de 2006. Somente de 2005 (ano todo) para o primeiro semestre deste ano, a redução da participação do consórcio foi de 8% para 5%. O diretor executivo da Anef, Flávio Croppo, disse que "com o crédito abundante, aumenta a compra desses produtos por financiamento tradicional, com detrimento do consórcio, que funciona melhor em ambiente de pouco crédito". Ele lembra que a modalidade de consórcio é uma criação antiga dos japoneses e o setor automobilístico foi pioneiro na sua implantação no Brasil. Hoje, quando o consumidor não quer correr riscos e, por outro lado, tem maior acesso ao crédito, o consórcio perde espaço, segundo observou Croppo. Enquanto houve queda na fatia do consórcio entre as modalidades de financiamento de 2000 para o primeiro semestre de 2006, cresceu bastante a participação dos pagamentos à vista (de 24% para 35%) e leasing (8% para 15%). No caso dos demais financiamentos, apesar da queda de participação de 49% para 45% no período, a opção permanece de longe no topo das opções. Segundo Croppo, o pagamento à vista vem ganhando espaço por causa do aumento das promoções e do próprio crédito, especialmente o consignado. A avaliação do executivo é que os aposentados com acesso fácil ao crédito acabam virando uma fonte de recursos financeiros para a família e possibilitam, muitas vezes, a compra em bom preço de um carro à vista. Além disso, ele lembra que, com o consórcio, o consumidor depende de lances ou sorteios para adquirir o veículo, e com as demais modalidades pode usufruir do bem imediatamente. Segundo Croppo, o financiamento mantém-se no topo das modalidades de pagamento porque os prazos oferecidos pelas financiadoras das montadoras são cada vez mais longos, com parcelas prefixadas. Dados da Anef mostram que o Sistema Financeiro Nacional liberou, no primeiro semestre de 2006, R$ 24 bilhões para financiamento de veículos, valor 26,4% superior ao mesmo período do ano passado, quando foram liberados R$ 18,98 bilhões.

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