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CMN autoriza crédito de até R$ 2,9 bi a Estados e municípios em recuperação

Reunião do Conselho Monetário Nacional definiu os procedimentos para entes que aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal contratarem operações de crédito

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu nesta quinta-feira, 19, em reunião ordinária, os procedimentos para a contratação de operações de crédito por Estados e municípios no Regime de Recuperação Fiscal.

Os entes federativos e cidades foram autorizados a contratar até R$ 2,9 bilhões em crédito. De acordo com o Tesouro, faltam ainda duas portarias, a serem publicadas na próxima semana, para que o Rio possa pegar o empréstimo no âmbito do regime. O Estado foi o único ente público a firmar o acordo. "O impacto de R$ 2,9 bilhões não representa risco para cumprimento da meta fiscal de Estados e municípios", afirmou a chefe da assessoria especial do Tesouro, Viviane Varga.

Presidente em exercício Rodrigo Maia chora emocionado após assinar acordo de socorro fiscal ao Rio Foto: André Dusek|Estadão

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A conta de Estados e municípios sofrerá impacto a depender do montante que será efetivamente emprestado, explicou ela. Viviane afirmou que a resolução do CMN estabelece ainda os procedimentos para a recuperação fiscal dos estados e municípios. "A resolução (do CMN) define procedimentos para as instituições instruírem."

Chance. O Regime de Recuperação Fiscal foi criado pela Lei Complementar n.º 159 para viabilizar o reequilíbrio das contas públicas dos Estados em grave situação financeira. Pela resolução, as instituições financeiras deverão centralizar o recebimento dos documentos necessários à realização dessas operações de crédito.

Além disso, deverão obter a manifestação da Secretaria do Tesouro Nacional sobre a verificação dos limites e das condições aplicáveis às operações. Por fim, deverão verificar a adimplência do interessado perante as instituições financeiras e a inexistência de pendências no Cadip (Sistema de Registro de Operações de Crédito com o Setor Público).

Rio. A subsecretária de Relações Financeiras Intergovernamentais do Tesouro, Pricilla Santana, explicou que ainda há um conjunto de providências a serem endereçadas, para que o Rio de Janeiro possa pegar o empréstimo.

"Faltam duas portarias para O Rio pegar o empréstimo", afirmou. A primeira portaria busca dar agilidade ao processo e a segunda diz respeito à privatização da Ceade - a companhia de água e esgoto do Rio.

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Pricilla afirmou ainda que, pelas regras colocadas, se um banco público ganhar o certame relacionado à operação de crédito, o Rio não poderá usar o recurso para pagar salários do funcionalismo.

Caso o Rio não contrate os R$ 2,9 bilhões disponibilizados até o fim de 2017, haverá um reinício em 2018. As técnicas do Tesouro lembraram que os R$ 2,9 bilhões valem para 2017 e, no caso de 2018, os limites ainda precisarão ser definidos.

"Se o Rio Grande do Sul entrar no regime de recuperação, ele poderá utilizar este teto de R$ 2,9 bilhões em 2017", disse Pricilla.

"Temos mantido conversas com o Rio Grande do Sul, mas o Estado ainda não formalizou o pedido (para entrar no regime de recuperação fiscal)."

Segundo ele, o processo do Rio Grande do Sul está caminhando, diferentemente do que ocorre com o Rio, que está concluído.

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