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Crédito para carros volta a crescer após 2 meses, diz BC

Por EDUARDO CUCOLO E FERNANDO NAKAGAWA
Atualização:

O crédito para veículos voltou a crescer em maio, após dois meses seguidos de queda, apesar do porcentual de atrasos ter batido novo recorde. As medidas de incentivo ao setor automotivo, anunciadas no fim do mês passado, provocaram aumento de 2,8% na média diária de financiamentos para compra de veículos, de abril para maio, segundo o Banco Central. A recuperação ganhou força na primeira quinzena de junho, o que levou a instituição a projetar crescimento acima de 10% nos financiamentos neste mês.A retomada no crédito para veículos ocorreu depois do pacote de incentivo às vendas, que incluiu redução de imposto e liberação de recursos para empréstimos. Além disso, os bancos se comprometeram com o governo a destravar as operações, que atingiram em abril o menor patamar desde fevereiro de 2010.Também contribuiu para a tendência a política de redução dos juros adotada pelos bancos públicos, seguida pelos privados. A taxa média está em queda há três meses e passou de 17,5% para 15,2% ao ano (equivalente a 1,2% ao mês) no período, menor nível desde março do ano passado. A taxa mais baixa em bancos de montadoras caiu de 1,18% no final de janeiro para 0,85% ao mês em meados de junho.Embora os juros tenham voltado ao patamar de 15 meses atrás, a inadimplência mais que dobrou no intervalo e bateu novo recorde em maio, com atrasos equivalentes a 6,1% dos empréstimos. Para o BC, o problema reflete uma "safra" de concessões de crédito de baixa qualidade, observada em 2010, antes de o governo praticamente obrigar os bancos a adotar regras mais rígidas, como exigência de garantias maiores e redução de prazos.Desde 2011, os empréstimos para compras de veículos apresentam mais "qualidade", conforme o BC, mas isso ainda não aparece nas estatísticas. Por isso, a autoridade monetária acredita que a retomada dos empréstimos não será acompanhada de aumento de inadimplência."A expansão do crédito para veículos não significa deterioração da qualidade da carteira, porque temos observado, desde o ano passado, maior rigor dos bancos na concessão nessa modalidade", disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.Além disso, segundo Maciel, os juros menores atraem mais interessados em tomar crédito, o que dá mais liberdade às instituições financeiras para selecionar os clientes. "Os bancos terão mais opção. Poderão selecionar mais com um conjunto maior de tomadores." Entre os aspectos que vão garantir a qualidade das novas operações, segundo Maciel, são exigências maiores, como a necessidade de maior entrada para compra do carro ou renda mais elevada.

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