04 de novembro de 2009 | 15h58
Diante da perspectiva de crescimento, os economistas da Serasa Experian acreditam na normalização do volume de concessões reais de crédito até maio do ano que vem, quando o indicador deve atingir o patamar pré-crise. Esse cenário, segundo os analistas da entidade, pode ser explicado pela recuperação do emprego - variável que tem correlação direta com a capacidade dos consumidores contraírem empréstimos -, recuperação da produção, melhora das condições de liquidez no sistema financeiro e, como consequência, menor percepção de risco de crédito.
Atualmente, a concessão de crédito mensal está 7% abaixo do normal, girando na casa dos R$ 93 bilhões, ao passo que a curva da tendência de longo prazo aponta para um volume real mensal da ordem de R$ 100 bilhões. "A baixa deve-se aos desdobramentos da crise financeira mundial, que atingiu duramente o crédito para as empresas", explicam os analistas da entidade. De acordo com eles, o fechamento das fontes externas de recursos, a contração do PIB entre o 4º trimestre de 2008 e o 1º trimestre de 2009 e a elevação da inadimplência foram os responsáveis pelo estreitamento do mercado de crédito no País.
Em direção oposta, a perspectiva de concessão do crédito para pessoa física atingiu em setembro a terceira queda mensal consecutiva, de acordo com a Serasa Experian. O índice recuou 1,2% em setembro ante agosto deste ano, recuando do patamar de 104,5 pontos para 103,3. A previsão da entidade é de que o ritmo de concessões de crédito siga em trajetória de baixa nos meses de outubro e novembro, iniciando o ano de 2010 com taxas de expansão menores do que as verificadas em 2009.
Na avaliação dos economistas da entidade, o ritmo de queda pode ser atribuído ao fim do período de relaxamento monetário, ao término de alguns estímulos fiscais anticrise e o provável deslocamento das pessoas físicas do crédito do consumo para o investimento, oferecido basicamente com recursos direcionados. Apesar da expectativa de baixa, os analistas acreditam em um resultado favorável em dezembro, por conta das compras para o Natal. "O crédito deverá ser estimulado pelo maior grau de confiança das pessoas físicas, bem como pelas condições mais favoráveis, como encargos declinantes e prazos mais dilatados", explicam os analistas. A pesquisa promovida pela Serasa Experian é feita mensalmente a partir de um universo de 325 variáveis econômicas e financeiras.
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