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Credores aprovam plano de recuperação da MMX

Plano da MMX Sudeste, subsidiária da mineradora de Eike Batista, prevê a liquidação dos ativos para saldas as dívidas

Por Mariana Sallowicz
Atualização:

Os credores da MMX Sudeste, subsidiária da mineradora MMX S.A, aprovaram ontem em assembleia o plano de recuperação judicial da companhia, de acordo com informações oficiais da empresa. Uma outra fonte presente na reunião, que preferiu não se identificar, informou que o porcentual de aprovação entre os credores quirografários (sem garantia real) foi de 77,91%, enquanto os trabalhistas somaram 100%. A dívida da companhia é estimada em cerca de R$ 800 milhões. Havia ainda outra classe de credores - de microempresas ou empresas de pequeno porte. O plano de recuperação foi modificado em julho para contemplar o pagamento da integralidade dos valores devidos à essa classe de credores. O plano de recuperação da MMX Sudeste prevê a venda da atividade de mineração para a trading holandesa Trafigura, uma das controladoras do Porto Sudeste, em Itaguaí (RJ), A MMX Sudeste entrou com pedido na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte em outubro do ano passado. A mineradora tentou costurar a venda de ativos para evitar a recuperação judicial, mas a combinação da queda livre do preço do minério de ferro com embargos ambientais que impediram a exploração de parte das minas fizeram a empresa ter de recorrer ao artifício judicial para evitar um pedido de falência. Em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente da MMX, Ricardo Werneck, afirmou anteontem que a empresa está no "CTI" (Centro de Terapia Intensiva) em meio ao "momento desafiador do País" e do setor de mineração. "(A recuperação judicial) é a pílula que vai nos tirar do CTI e nos levar para o quarto", afirmou. A MMX, que há um ano empregava 600 funcionários, possui atualmente em torno de 100. A companhia não está produzindo minério de ferro e tem na venda de energia excedente sua única fonte de receita atual.Eike. A MMX é uma das empresas que ruiu com a crise do "grupo X", que reúne as diversas empresas criadas pelo empresário Eike Batista. O grupo entrou em colapso a partir de junho de 2012, quando a petroleira do grupo, a OGX, informou que a vazão do poço de Tubarão Azul era menor do que o volume projetado - e prometido aos investidores -pela companhia anteriormente. Deste então, o grupo vem passando por uma reestruturação, com a venda de ativos, pedidos de recuperação judicial e mudanças de nome das empresas "X". A empresa de energia, a MPX, foi vendida à alemã E.ON e rebatizada de Eneva. A companhia de logística, a LLX, dona do Porto do Açu, passou para o controle da EIG. Já a MMX vendeu o Porto Sudeste para a Trafigura e para o Mubadala, o fundo soberano de Abu Dabi. A Trafigura deve comprar também as minas da MMX Sudeste.   

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