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Cresce a tensão nos mercados

As crises política e energética agravaram-se, provocando muita tensão nos mercados. O dólar disparou, batendo novo recorde e o BC interveio, e nada aponta para uma melhora drástica à vista, nem na Argentina, com a divulgação do swap.

Por Agencia Estado
Atualização:

A situação nos mercados financeiros é cada vez mais tensa, e os investidores inseguros acabam correndo para a aplicação mais segura para proteger seus recursos: o dólar. Ontem a moeda norte-americana voltou a disparar, motivando intervenção do Banco Central (BC), que vendeu títulos cambiais. A procura pelos papéis foi três vezes maior que o número de títulos ofertados, e o dólar acabou fechando na sua cotação mais alta. Conforme as crises se acumulam e se agravam, a tendência é que a insegurança não acabe tão cedo. José Roberto Arruda renunciou e espera-se que o Senador Antônio Carlos Magalhães faça o mesmo na quarta-feira. Irritado, já começou os ataques ao governo, embora de maneira vaga, e preservando o Presidente da República. Teme-se que o Senador baiano traga fatos novos ou provas contra todos em resposta à sua derrota política e agrave ainda mais a crise política. Os mercados temem que a impopularidade do governo promova um candidato de oposição à Presidência da República ano que vem, interrompendo a atual política econômica. E a crise energética continua piorando a imagem do Executivo. Ontem foi editada a Medida Provisória que regulamenta o racionamento de energia, cancelando dispositivos do Código de Defesa do Consumidor (CDC) para casos relacionados ao plano de contenção de consumo em período predeterminado. A indignação dos órgãos de defesa do consumidor foi imediata e praticamente todos os especialistas consultados pela Agência Estado consideram a MP claramente inconstitucional. Com isso, administrar o racionamento e a opinião pública está ficando cada vez mais difícil. Economia já sofre com crise energética Isso sem mencionar as conseqüências econômicas da falta de energia. No mínimo, o câmbio sofrerá com a queda nos investimentos diretos estrangeiros e com a provável queda nas exportações, já que a produção certamente cairá. Além disso, pode haver ainda mais pressão inflacionária, devido ao menor volume de mercadorias nas prateleiras. O petróleo voltou a subir nos mercados internacionais e, com as altas do dólar, já se projeta uma alta nos preços dos combustíveis nos próximos meses. Também estão subindo as tarifas, em São Paulo serão reajustados água e ônibus. Mal passou a última reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom), os analistas já falam em nova elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia, atualmente em 16,75% ao ano. Nem anúncio do swap argentino acalmou mercados A Argentina anunciou ontem os detalhes da troca de títulos da dívida de curto prazo. Serão emitidos papéis com vencimento entre 7 e 30 anos, aliviando as contas públicas nos próximos anos. Espera-se que sejam renegociados US$ 15 bilhões até o dia 4 de junho. Mas essa é vista pelos investidores como uma solução de curto prazo para evitar uma moratória iminente. O grande desafio é tirar o país da depressão econômica, dado o câmbio fixo sobrevalorizado. Estima-se que se a economia não começar a reagir nos próximos meses, o colapso econômico será inevitável. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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