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Cresce a oferta de produtos financeiros ‘ESG’ nos bancos

Pesquisa global, que incluiu Itaú e Bradesco, aponta que 87% das instituições oferecem aos clientes produtos com características 'responsáveis'

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Em meio aos desafios trazidos pela covid-19 e em um período em que os olhares de toda a sociedade se voltaram às questões ligadas a temas ambientais, sociais e de governança (ESG, pela sigla em inglês), os bancos em todo o mundo também avançaram em suas práticas, segundo pesquisa da consultoria Mazars. De olho na maior demanda, 87% das instituições financeiras agora oferecem produtos com características 'responsáveis' a seus clientes, ante uma média de 47% no ano passado. Foram analisados 37 bancos globalmente e dois grandes privados no Brasil estão nessa lista - Itaú Unibanco e Bradesco.

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O levantamento mostrou que, neste ano, em média, 74% dos bancos globais contam com medidas que fomentam a cultura de sustentabilidade e adaptaram suas estruturas de governança. Na pesquisa conduzida no ano passado esse porcentual era de 49%. 

“O ambiente pandêmico trouxe desafios a todos. Para os bancos, a gestão do crédito e da flexibilização de liquidez foram temas centrais. No entanto, a estrutura de gerenciamento integrado de riscos dos bancos já tem como requisito o risco socioambiental. Os bancos, portanto, seguem com o tema ESG como parte relevante e indissociável no seu processo de gestão integrada de riscos”, afirma o sócio de Financial Services da Mazars no Brasil, Douglas Souza de Oliveira. Segundo ele, o assunto ganhou ainda mais relevância quando o Banco Central incluiu a dimensão Sustentabilidade na agenda institucional AgendaBC#.

Oestudo aponta que o “mundo financeiro não pode mais ver seu futuro separado do meio ambiente e das mudanças climáticas”. Foto: Daniel Beltrá/Greenpeace

O avanço vai ao encontro da visão, conforme aponta o estudo, de que o “mundo financeiro não pode mais ver seu futuro separado do meio ambiente e das mudanças climáticas”. A Mazars destaca no documento que apenas em 2020 os riscos naturais resultaram em US$ 210 bilhões em danos. Somado a isso, a consultoria lembra que o Banco da Inglaterra estima que até US$ 20 trilhões em ativos podem estar em risco por causa de mudanças climáticas.

Do total dos bancos analisados, 84% têm programas de treinamento sobre sustentabilidade, 81% têm políticas relativas à sustentabilidade e 84% fizeram declarações de compromisso sobre esse tema. Dentre os temas que ainda têm amplo espaço para evolução, o requerimento de que o conselho de administração tenha experiência e conhecimento comprovado em questões ESG é adotada por 43% dos bancos e somente 41% deles têm estruturas de incentivo atreladas às métricas ESG.

Oliveira aponta que, como sustentabilidade e rentabilidade não são excludentes, os bancos cada vez mais precisam priorizar essa pauta. “Alguns dos desafios mais interessantes seriam a criação de linha financeira de liquidez sustentável e o estabelecimento de incentivos para o crédito rural verde. O BC estabeleceu um cronograma de ações envolvendo parcerias, políticas, supervisão e regulação com muitas definições ainda em 2021”, comenta o sócio da Mazars no Brasil. 

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