Publicidade

Cresce comércio exterior com Argentina em moeda local

Por MARINA GUIMARÃES
Atualização:

Apesar das disputas comerciais entre o Brasil e a Argentina, o Sistema de Pagamentos em Moedas Locais (SML), criado pelos dois países para eliminar o dólar das transações bilaterais, registrou recorde em outubro. Segundo informações do Banco Central da Argentina, no mês passado houve 185 operações registradas no valor de 152 milhões de pesos (cerca de R$ 68,65 milhões). Apesar do recorde, a cifra representou menos de 2% do comércio entre os dois países no mês.Desde que o sistema foi implantado, há um ano, o BC argentino verificou 924 operações no valor de 643 milhões de pesos (cerca de R$ 290,02 milhões). "Um total de 397 empresas já provaram o sistema, das quais 172 são argentinas e, entre elas, 63% usaram o pagamento em moeda local mais de uma vez", informou o BC. A autoridade monetária destacou que o uso de pesos ou reais no comércio bilateral tem sido adotado fundamentalmente pelas pequenas e médias empresas. Do total operado, 40% foram em valores inferiores a 100 mil pesos (R$ 45,16 mil) e 42% em montantes entre 100 mil a 500 mil pesos (entre R$ 45,16 mil a R$ 258,84 mil). Apenas 3% envolveram cifras acima de 5 milhões de pesos (R$ 2,25 milhões), conforme relatório do BC argentino.O principal benefício do SML para as pequenas e médias empresas é a redução dos custos financeiros e administrativos, que podem chegar a representar 3% do valor da operação, segundo cálculos do BC. O relatório ressalta que os principais setores que usaram o sistema foram: metalúrgicos; automobilístico; alimentos; e cosmética. Os presidentes dos BCs da Argentina, Martín Redrado, e do Brasil, Henrique Meirelles, lançaram o SML no dia 1º de outubro de 2008, quando a crise financeira internacional se agravava. O comércio bilateral chegou a cair quase 50% no primeiro trimestre de 2009, mas se recuperou posteriormente. Porém, o fluxo comercial bilateral ainda se encontra 30% abaixo dos níveis verificados antes da crise.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.