O endividamento da indústria de transformação brasileira com instituições financeiras cresceu 136% de 1995 a 2001, como demonstra um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), com base em dados da Fundação Getúlio Vargas. A pesquisa, que reúne uma amostra de 330 empresas do setor, indica que a rentabilidade média sobre o patrimônio líquido no período foi de 5,17%, ou seja, resultado inferior ao da poupança, que rende em torno de 6% ao ano. A amostragem representa os principais setores da indústria de transformação, com um total de faturamento anual de R$ 201 bilhões. Em contrapartida, a rentabilidade dos cem maiores bancos nacionais variou entre 12% e 19% no mesmo período. ?As diferenças abissais de rentabilidade (entre os dois setores) são por conta da taxa de juros?, aponta o diretor da Firjan Augusto Franco. Ele destacou outros fatores conjunturais, como taxa de câmbio e carga tributária excessiva, que vêm fazendo com que ?os bancos se apropriem de uma rentabilidade que deveria estar nas empresas?. Somado a isso, as dificuldades de rolagem de dívidas e de obtenção de linhas de crédito de curto prazo fazem com que grande parte da indústria não esteja conseguindo retorno financeiro suficiente para custear novos investimentos.