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Cresce estoque de carro usado e preços desabam 30%

Por CLEIDE SILVA E PAULO JUSTUS
Atualização:

O mercado de carros usados levou um tombo ainda maior que o de novos. Nas vendas e nos preços. Modelos que há um mês e meio eram cotados a R$ 43 mil, caso de um Corolla 2005, hoje valem R$ 30 mil no antigo reduto de veículos usados, a Rua Barão de Limeira, no centro de São Paulo. Em pouco mais de 30 dias, a desvalorização atingiu 30%. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros novos, em vigor desde o dia 12, foi mais um golpe para os usados. ?Depois da medida, tivemos de cortar mais os preços?, diz a gerente nacional de vendas da revenda Unidas Seminovos, Jaqueline Viccari. Nos modelos populares, cuja alíquota de 7% foi reduzida a zero, igual porcentual foi repassado aos seminovos. Mas os seminovos já vinham de uma onda de desvalorização desde outubro, quando o mercado automobilístico brasileiro começou a sentir os efeitos da falta de crédito provocada pela crise financeira internacional. Concessionários afirmam que o mercado de novos, apesar da recuperação verificada nos últimos dias, continua travado por causa da falta de financiamento para os usados e das restrições das financeiras em aprovar o crédito. Grandes bancos normalmente não operam com carros usados e os pequenos e médios temem inadimplência. Pesquisa feita pela Molicar, agência especializada em varejo automotivo, mostra que, entre 5 de novembro e 17 de dezembro, a desvalorização de carros como Celta, Mille e Fiesta, todos modelos 2007 com motor 1.0 variou de 12,3% a 19,6%. No Civic, a queda foi de 20,1%. ?O preço do carro seminovo estava muito próximo do novo. A crise colocou o usado no nível onde deveria?, afirma Fernando Luiz Negrini, do Auto Shopping Cristal, com cinco unidades em São Paulo e venda média mensal de mil carros por shopping. ?O lojista paga menos pelo carro, mas também o revende mais barato.? Para muitos revendedores, o problema é o estoque. Calcula-se que há perto de 1 milhão de carros usados em todo o País à espera de compradores. Além de muitos deles terem sido comprados no período de alta, quando estavam valorizados, no início do ano será preciso recolher o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), um custo extra para lojistas que já reclamam da falta de caixa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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