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Cresce intenção de compra do paulistano

Por Agencia Estado
Atualização:

O índice de intenção de compra dos consumidores da cidade de São Paulo cresceu 12.3 pontos porcentuais no terceiro trimestre deste ano em relação ao período de abril a junho: 57,4% das pessoas planejam adquirir algum bem durável ou semidurável entre julho e setembro contra 45,1% que manifestaram a mesma intenção no período anterior. Segundo a pesquisa expectativa de consumo, realizada pelo Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA-USP), os bens com maior intenção de compra são os itens de cama/mesa/banho, com 20,6%, seguido pela linha branca, que tem 17,6%. Na seqüência vêm os eletrônicos (13,5%), os móveis (12,7%), materiais de construção (8,1%), itens de informática (5,6%), automóveis (3,7%), foto ótica (2,7%) e autopeças (1,2%). Em todos os segmentos, a disposição de compras aumentou em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo trimestre de 2003, o índice cresceu em sete dos nove segmentos. Embora tenha reagido, o índice de intenção de compra no terceiro trimestre voltou aos patamares de um ano atrás. No trimestre julho/agosto/setembro do ano passado, 59,8% dos consumidores tinham afirmado que pretendiam comprar algum destes bens. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 17 de junho com 400 consumidores de todos as faixas de renda e regiões da capital. Segundo o coordenador do Provar, professor Cláudio Felisoni, a reação do consumidor está relacionada à estabilidade do cenário econômico e das taxas de juros, pois os bens considerados sobrevivem basicamente do crediário. "A variação das taxas exerce maior influencia na decisão de compra do que a taxa em si, que continua alta", afirmou. A disposição para o consumo provém mais da demanda reprimida do que da recuperação da situação financeira das famílias, uma vez que a melhora tanto do desemprego quanto da renda foi muito pequena, disse. A pesquisa mostra também que o comprometimento de renda com diversas despesas - índice que começou a ser medido pelo Provar a partir deste trimestre - deixa pouco espaço para o consumo. Habitação, alimentação, transportes, saúde, vestuário, educação, lazer e tarifas públicas respondem a mais de 90% dos orçamentos familiares, sobrando para o consumo menos de 10%. Levando em conta o salário médio da amostra analisada, de R$ 760,00, a fatia que sobraria para as compras é inferior a R$ 80. O professor Luis Paulo Fávero, um dos coordenadores da pesquisa, acrescentou que, diante deste cenário, o índice de inadimplência da população, que está estabilizado embora em patamares elevados, pode crescer nos próximos meses. "O resíduo de renda é pequeno, mas a intenção de compra é alta", destacou.

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