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Cresce participação da mulher no mercado de trabalho

Por Agencia Estado
Atualização:

O nível ocupacional das mulheres da Região Metropolitana de São Paulo cresceu 3,6% em 2001, enquanto o dos homens praticamente não se alterou. Ou seja, as mulheres aproveitaram mais as oportunidades de emprego geradas no período, apontou um estudo divulgado hoje pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). A entidade fez uma pesquisa domiciliar, analisando a evolução do desemprego, ocupação e rendimento das mulheres no ano passado. A divulgação do estudo faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher. A pesquisa ressaltou que a taxa de participação feminina no mercado de trabalho aumentou 1,9% de 2000 para 2001, passando de 52,7% para 53,7%. O esforço das mulheres para entrar no mercado de trabalho e uma conjuntura mais favorável - porque setores considerados ´femininos´, como comércio e serviços, contrataram mais em 2001 - foram os fatores que provocaram o aumento da participação feminina, segundo Paula Montagner, gerente de análise do Seade. "As mulheres foram bem sucedidas por causa do tipo de postos de trabalho que estão sendo gerados. Tivemos menos postos, mas o tipo que surgiu permitiu uma maior inserção feminina", apontou. A mulher tradicionalmente tem qualidades como facilidade na comunicação e no relacionamento interpessoal, trabalha bem em equipe, características valorizadas para os postos nas áreas de serviço e comércio. Ela também se lançou mais no mercado de trabalho para auxiliar ou até mesmo manter a renda familiar. Isso foi possível verificar quando o Seade avaliou o rendimento familiar, que diminuiu 9,1% em 2001, mas que apresentou uma taxa menor de queda do que a do rendimento médio dos chefes de família, que foi de 11,7%. Isso aconteceu porque houve um aumento na contribuição feminina na renda familiar, aliado a uma queda menos expressiva do rendimento médio das mulheres ocupadas quando comparado aos homens. Em 2001, o rendimento anual médio das mulheres diminui 5,4% e o valor médio passou a R$ 671,00. Já para os homens, houve um decréscimo de 9,2%, passando para R$ 1.041,00. A diminuição ocorreu em todas as faixas de escolaridade. Na avaliação de Paula, se as mulheres não tivessem conseguido isso, a situação hoje nas famílias afetadas pelo desemprego seria pior De 1992 a 2001, houve um aumento de 40,1% para 43,2% da participação feminina no total de ocupados da região estudada, o que aconteceu em todos os setores de atividade. Os serviços agregam 50,1% da mão-de-obra feminina e apresentou uma elevação exclusivamente para as mulheres, de 3,5%. Já com os homens aconteceu o oposto: houve um decréscimo da participação masculina de 1,8% em um dos setores que mais criam novos empregos. Na indústria, o contingente de homens e mulheres ocupados aumentou de forma similar (2,6% e 2,7%, respectivamente), mas apenas 32,6% dos ocupados do setor são do sexo feminino. No comércio, houve uma elevação de 8,1% no contingente feminino, enquanto entre os homens a expansão foi de apenas 3,1%. Já em serviços domésticos, houve um crescimento de 1,6% entre 2000 e o ano passado, devido ao desempenho positivo das empregadas domésticas mensalistas e diaristas. O Seade registrou também que houve redução expressiva da presença feminina nas atividades de direção e planejamento (5,9%), especialmente para empresárias, diretoras e gerentes (7,8%). "São mulheres ligadas a pequenos negócios e essas pequenas empresárias tiveram perdas, por isso se registrou um índice negativo", explicou. A taxa de desemprego feminina não se alterou de 2000 para 2001, passando de 20,9% da população economicamente ativa (PEA) para 20,8%. No entanto, a taxa de desemprego das mulheres permaneceu cerca de 40% superior à masculina. Em 2001, do total de desempregados da Região Metropolitana, 53,3% eram mulheres. O tempo médio de desemprego das mulheres com experiência anterior de trabalho manteve-se estável em 24 meses, contrariando a tendência de crescimento da década de 90, mas permanece superior ao dos homens, que é de 14 meses.

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