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Cresce procura por dólares e pesos nas casas de câmbio

Por Agencia Estado
Atualização:

O número de pessoas em busca tanto de dólares como de pesos aumentou significativamente entre segunda-feira e hoje, em frente às principais casas de câmbio do centro financeiro de Buenos Aires. O dono do Banco Piano, Alfredo Piano, disse hoje à Agência Estado que a demanda de divisas norte-americanas desde ontem se deve à necessidade de cumprir compromissos assumidos em dólares. Por outro lado, a falta de pesos, provocada pelo "corralito" está obrigando também os argentinos a vender dólares. Nesta tarde, a cotação da moeda norte-americana nas casas de câmbio variava entre 1,70 / 1,75 peso por dólar para compra e 1,90 / 1,95 peso por dólar para venda. Alfredo Piano não soube precisar o volume das operações de câmbio realizadas em seu banco. Mas a maioria das pessoas que se encontra nas filas está trocando uma média de US$ 200 a US$ 400. As filas nas casas de câmbio se estendem por pelo menos uns 50 metros. Nos bancos, as cotações são um pouco menores do que nas casas de câmbio. No Banco do Brasil, por exemplo, o câmbio está a 1,70 (compra) e 1,90 (venda). O aumento da demanda pode levar o Banco Central argentino a fazer nova intervenção no mercado de câmbio flutuante hoje para segurar a cotação do dólar. Ontem, o BC teve de intervir com US$ 9 milhões para segurar a taxa, que, logo depois do almoço, havia disparado para 2,05 pesos por dólar, bem acima do 1,40 da cotação oficial. Argentinos protestam contra devolução de depósitos em peso Já começaram os protestos de moradores de Buenos Aires contra os bancos que não estão disponibilizando dólares àqueles correntistas que têm depósitos bancários em dólares. Há vários protestos espalhados em vários pontos da cidade. O maior deles está no tradicional bairro de Caballlito, de onde surgiu o primeiro panelaço, que acabou culminando com a derrubada do ex-presidente Fernando de la Rúa. O gerente de um banco brasileiro com operação na Argentina confirmou à Agência Estado que os bancos estão comprando dólares no câmbio livre (o que estaria pressionando a alta do dólar desde ontem) por falta de uma definição do Banco Central sobre a importação de dólares. Esse gerente confirma que os bancos não possuem dólares porque os mesmos se encontram no exterior. E, para trazê-los de volta, é preciso que haja uma norma do BC permitindo a importação de dólares. As informações desse gerente vão ao encontro de especulações de vários setores produtivos e da sociedade argentina de que foram os próprios bancos que patrocinaram a fuga de capitais do país. Leia o especial

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