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Crescer para sobreviver

Por Análise: Claudio Felisoni de Angelo
Atualização:

Uma das características essenciais do capitalismo é a concentração dos mercados. O lucro, expressão da eficiência das organizações, é como oxigênio para os seres vivos. Sem ele, não há crescimento e, sem crescimento, não há futuro. No mercado, a expansão decorre do instinto básico de sobrevivência. Sobrevivem os mais fortes, como ensinou Darwin.É nessa perspectiva que se pode entender os movimentos de fusão e incorporação ocorridos na economia mundial e, de modo particular, as mudanças mais recentes no mercado de consumo brasileiro. Apenas para se limitar aos episódios mais recentes, vale lembrar: a compra do Ponto Frio pelo Pão de Açúcar, a junção da Ricardo Eletro com a Insinuante, a polêmica composição da Casas Bahia com o Pão de Açúcar e, agora, a compra da Lojas Maia pelo Magazine Luiza. Então, é justo que se indague: o que ainda está por vir? Há ameaças concretas decorrentes de um aumento tão substancial da concentração?Um bem durável hoje é a imagem perfeita do que denominamos commodity. Qual a sua característica básica? O preço. No restante, não há diferença. Se o preço é o único diferenciador e se o custo de comparar preços é crescentemente mais baixo, pode-se inferir que as margens de produção e de comercialização vêm também se estreitando ao longo do tempo. Operações regionalizadas ou mesmo totalmente pulverizadas foram sendo aglutinadas de modo a rentabilizar a produção e a distribuição. Porém, os riscos de a concentração prejudicar o consumidor pela redução da competição são baixos. A razão é a mesma que induz a própria concentração: bens padronizados e abundância de informação. Observando o posicionamento das empresas, há evidências de que o processo de concentração deve continuar. Há varejistas que certamente estão sendo considerados pelas operações mais amplamente consolidadas como opções para escrever novos capítulos da história natural dos mercados. PRESIDENTE DO CONSELHO DO PROVAR

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