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Crescimento das importações equilibrará dólar

Para Furlan, os altos índices de vendas externas diminuem a liquidez da moeda norte-americana no mercado interno, o que elevará sua cotação

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse, nesta quinta-feira, que o aumento das importações levará o dólar a um razoável equilíbrio, que ainda não foi alcançado. Embora os empresários afirmem que o dólar desvalorizado prejudique a indústria local, o ministro acredita que o aumento das compras de produtos do exterior se reverterá em um fator positivo para economia brasileira. "As importações vêm crescendo a uma velocidade acima das exportações; mesmo assim, nossas vendas externas estão cumprindo com a projeção da meta de US$ 132 bilhões este ano. Os resultados da balança estão bastante positivos e o superávit comercial se aproxima da meta de US$ 46 bilhões em 12 meses", disse, logo após participar de seminário no Fórum Econômico Mundial sobre América Latina, em São Paulo. O argumento do ministro, compartilhado por outros membros do governo, é que as importações, além de modernizar o parque industrial brasileiro pela aquisição de bens de capital, também diminui a liquidez de dólares no mercado interno, o que, em conseqüência, eleva a cotação da moeda norte-americana. Reforma cambial Questionado sobre a lei de reforma cambial que está no Congresso, Furlan afirmou que todas as medidas que dependem de projetos de lei não têm expectativa de serem aprovadas no curto prazo. No entanto, o ministro reiterou que o Executivo pode implementar mudanças de forma mais rápida, antecipando alguns pontos previstos na reforma cambial. No início da semana, Furlan já havia informado que o governo estuda eliminar a burocracia para pequenos exportadores. Próximo passo Furlan disse ainda que a nova equipe que ingressa no Banco Central poderá "pensar no passo seguinte", uma vez que foi completado, na visão dele, um ciclo de controle inflacionário, com a inflação deste ano sendo direcionada para o centro da meta. "O passo seguinte pode ser ajudar a criar condições para que haja crescimento sustentado, mantendo a rigidez de algumas metas e a solidez dos princípios da economia brasileira", declarou o ministro, antes de participar de painel do Fórum Econômico Mundial. Posicionamento Furlan entende, entretanto, que as alterações na equipe do BC anunciadas nesta quinta não deverão resultar em "mudança de posicionamento" da autoridade monetária. "As mudanças de equipe não deverão influir de forma importante. Existe uma equipe e esta equipe, conduzida pelo (Henrique) Meirelles, continuará seu caminho", observou, adicionando que não vê nenhum risco de as mudanças provocarem algum tipo de problema internacional para o Brasil. "A posição do BC é muito tranqüila e tem uma equipe muito sólida. E, certamente, o efeito sobre o risco Brasil e outros temas da política monetária será muito reduzido, talvez nulo", opinou. Ele desvinculou, no entanto, a redução dos juros à troca de dirigentes do Banco Central. "Nossa expectativa é de que haja continuidade da queda dos juros e, com isso, vamos reduzir custos de produção no Brasil e dar um alento à competitividade brasileira."

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