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Crescimento de 4,5% do PIB em 2007 é factível, diz Mantega

No entanto, segundo Mantega, ainda existem desafios, como aumentar o nível de investimento nos próximos 2 anos e recuperar indústria de transformação

Por Agencia Estado
Atualização:

Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2006, com base na nova metodologia do IBGE, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a trajetória de crescimento da economia mostra que é factível ter uma expansão do PIB de 4,5% em 2007. "Não é uma ficção, não é só um desejo. É factível termos 4,5% de crescimento em 2007", disse. Ele comemorou o novo resultado - o indicador passou de 2,9% na medição anterior para 3,7% pela nova metodologia - e afirmou que o crescimento é um processo que vem sendo construído desde 2003. "Já me arrisco dizer que o Brasil ingressou em um ciclo de crescimento sustentado e que demos os primeiros passos neste ciclo de longo prazo", afirmou ele ao acrescentar que a expansão está sendo acompanhada de ascensão social das populações de menor renda. Com um crescimento maior, Mantega acredita que o Brasil deve alcançar um déficit nominal zero antes de 2010. Ele também previu que a relação dívida/PIB deve cair para 35% em 2010. Segundo o ministro, a revisão do crescimento do PIB em 2006, para 3,7%, já reduziu o patamar atual, baixando a relação a relação dívida/PIB de 50% para 44,9%. O ministro explicou ainda que o fato de os novos dados PIB mostrarem uma redução nesta não vai levar o governo a mudar política fiscal. Ele enfatizou que os novos dados do PIB não vão levar a mudanças nos valores absolutos estabelecidos para as metas fiscais, e também para as despesas previstas no Projeto Piloto de Investimentos (PPI). "A responsabilidade fiscal é um compromisso do País e auferimos muitas vantagens por causa dela. O presidente Lula não abre mão deste compromisso", enfatizou. O ministro comemorou o fato de hoje o País ter alcançado a menor taxa de risco país e se alinhado à média dos países emergentes. Mantega destacou, em entrevista coletiva no Ministério da Fazenda, o comportamento "robusto" dos investimentos, que avançaram 8,7% em 2006, segundo ele, e do agronegócio. "A melhor novidade é o crescimento dos investimentos, que avança mais do que o PIB. E isso reflete um aumento na oferta do País, que permite crescimento com inflação baixa e significa a confiança do empresariado no futuro do País", argumentou. Preocupações No entanto, segundo Mantega, ainda existem desafios pela frente, como aumentar o nível de investimento nos próximos dois anos e proporcionar uma recuperação da indústria de transformação. De acordo com ele, a indústria de transformação cresceu apenas 1,6% em 2006, o que preocupa o governo. "Esse é um segmento importante para o País porque é o que mais emprega no setor indústria. A nossa preocupação é criar as condições para que a indústria de transformação se recupere", disse. Outra preocupação, diz o ministro, são as exportações de commodities. O governo, acrescentou, está preocupado "com o dia de amanhã", quando os preços das commodities não forem tão favoráveis e, por isso, a indústria de transformação terá um papel importante para assegurar o crescimento da economia. O ministro disse que é preciso reduzir os custos da produção e investir em inovação tecnológica. Ele lembrou também que o setor foi prejudicado pelo câmbio valorizado e que, neste momento, está havendo uma transição para o mercado interno, que está se aquecendo. Mantega disse que também preocupa o governo a queda nas exportações de bens e serviços, boa parte por causa do câmbio valorizado.

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