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Crescimento do emprego na indústria paulista desacelera

Segundo o Ciesp, foram criados 2.106 postos de trabalho em junho, contra 2.854 vagas geradas no mesmo período do ano passado

Por Agencia Estado
Atualização:

O nível de emprego na indústria paulista, apurado pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), cresceu 0,10% em junho ante maio, o que representou a criação de 2.106 postos de trabalho. O resultado mostrou uma desaceleração na comparação com o mesmo período do ano passado, quando haviam sido geradas 2.854 vagas, número que representou uma variação de 0,14% sobre maio de 2005. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, a alta de junho de 2006 foi a segunda menor do ano, à frente apenas da verificada em janeiro, quando o nível de emprego ficou praticamente estável, em 0,04%. Em maio, o número de vagas subiu 0,45% ante abril - este, o melhor mês do ano, segundo a pesquisa do Ciesp, com alta de 1,48%. O resultado de 0,10%, de junho, no Estado foi puxado pelo setor de Material de Transportes, que criou 2.334 postos. Em seguida, Máquinas e Equipamentos, com 604 vagas. Na ponta negativa, o pior comportamento foi verificado no setor de Calçados, que demitiu 1.209 trabalhadores. O setor Mobiliário veio a seguir, com 338 postos cortados. As cidades que registraram maior número de demissões foram Franca, Jaú e São Carlos. As que mais contrataram foram Matão, Marília e São Caetano do Sul. Alta medíocre O diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof, estima que a indústria paulista criará neste ano entre 20 mil e 30 mil postos de trabalho. Trata-se de um aumento considerável, em relação ao ano passado, quando a pesquisa do Ciesp mostrou que a indústria do Estado gerou apenas 12,7 mil postos. Ainda assim, é uma alta "medíocre", segundo o empresário, dado o potencial de produção da indústria paulista. Tabacof baseou sua análise em três aspectos principais: aumento do crédito, da renda e retomada da construção civil. Mas ressaltou que o Ciesp tem sérias dúvidas sobre a sustentabilidade destes fatores. "Os investimentos industriais estão extremamente fracos. Também há dúvidas sobre o comportamento da economia global e não podemos esquecer, sobretudo, que o consumidor tem um limite de endividamento que não sabemos qual é", afirmou, durante a divulgação, nesta quinta-feira, do nível de emprego regional da indústria. Otimismo O diretor do Ciesp comentou a pesquisa divulgada na última quarta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo a qual os industriais estão mais otimistas, em relação ao comportamento da economia neste segundo semestre. "A indagação persiste: será que este otimismo se sustenta?", afirmou. Na pesquisa mensal sobre emprego do Ciesp, o desempenho da Grande São Paulo foi destaque, com uma alta de 0,20% em junho ante maio. Já no interior, que vinha sendo o carro-chefe na criação de empregos no Estado, a variação ficou praticamente estável, em 0,09%. Na Grande São Paulo, o que puxou as contratações foi o setor de Material de Transportes, sobretudo Autopeças, Veículos e Metalurgia, que criaram, juntos, 2.334 vagas. Este texto foi atualizado às 14h06.

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