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Crescimento é forte no mercado brasileiro

Huawei e ZTE roubam espaço das fornecedoras tradicionais dos Estados Unidos e da Europa

Por Renato Cruz
Atualização:

Os fabricantes chineses de equipamentos de telecomunicações encontraram nas redes de terceira geração da telefonia celular (3G) uma oportunidade de crescimento e consolidação no mercado brasileiro. A Huawei fechou contratos de infraestrutura com praticamente todas as operadoras e terminou o ano passado com um faturamento de US$ 1 bilhão no País, praticamente o dobro do que havia faturado em 2007. A ZTE, concorrente chinesa da Huawei, também tem planos agressivos para o Brasil. Em março, conseguiu uma linha de crédito de US$ 15 bilhões do Banco de Desenvolvimento da China, num contrato de cinco anos, e vai aplicar US$ 2 bilhões no Brasil, financiando clientes locais. "O aperto econômico veio beneficiar nossa estratégia de baixo custo", afirma Eric Zhou Hongfeng, diretor da ZTE para a América Latina. Foi-se o tempo em que os equipamentos chineses eram vistos com desconfiança. Hoje, os fabricantes da China brigam de igual para igual com fornecedores tradicionais americanos, europeus e japoneses, com a vantagem da escala trazida pelo mercado chinês. A crise trouxe a necessidade de as grandes operadoras buscarem alternativas para fazer mais com menos investimento, o que se tornou uma oportunidade para os fabricantes chineses, que estão há menos tempo no mercado. O diretor de Tecnologia da Huawei, Marcelo Motta, não gosta de falar em alternativa de baixo custo. "Em alguns casos, somos até mais caros que outros fabricantes", diz o executivo. "A diferença da Huawei está na qualidade da tecnologia e na agilidade de implementação. Quando chegamos ao mercado brasileiro, os preços estavam mesmo inflacionados, porque a competição era menor. Mas hoje já não é mais assim." A escala do mercado chinês chega a ser difícil de imaginar quando comparada à realidade mundial. Somente a China Mobile, maior operadora daquele país, tem 477 milhões de clientes de telefonia celular, mais que o triplo de todo o mercado brasileiro. O faturamento da subsidiária brasileira da ZTE em 2008 foi três vezes maior que o do ano anterior. "Este ano, por causa da crise, deve ter um crescimento de 50% da receita", afirma Eliandro Ávila, presidente da ZTE do Brasil. A empresa emprega 300 funcionários no País e seus maiores contratos foram com a Vivo e a Brasil Telecom, comprada no ano passado pela Oi. A empresa, que chegou ao País em 2003, vendeu cerca de 2 milhões de aparelhos celulares e modems (equipamento de banda larga) 3G. A Huawei comemorou a venda no Brasil de mais de 1 milhão de modems 3G. "Setenta por cento dos modems 3G vendidos no Brasil foram fabricados pela Huawei", garante Luis Fonseca, diretor de Terminais da empresa. Em março, a empresa fechou um acordo para fornecer à Claro um celular 3G batizado de Mistery, ampliando sua atuação no País. A empresa também fornece um modelo para a CTBC, operadora da região do Triângulo Mineiro. A Huawei chegou ao Brasil em 1999, mas começou mesmo a ganhar espaço em 2006, depois de conseguir um contrato para instalar a rede da Vivo com tecnologia GSM (de segunda geração) em cinco Estados do País. "Conseguimos instalar essa rede em tempo recorde, o que mostrou nossa força", diz Motta. Ele afirma que, em 2002, a Huawei era a décima do País em infraestrutura móvel e hoje ocupa o segundo lugar.

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