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Crescimento econômico atrai chofer de luxo

Por Clayton Netz
Atualização:

Líder mundial em transporte de alto padrão para executivos, celebridades e chefes de Estado, um mercado que movimenta US$ 9 bilhões por ano, a inglesa Carey planeja expandir a sua operação no Brasil, usando-o como "hub" na América do Sul. Atualmente, os serviços de chofer à moda britânica da Carey, dona de um faturamento mundial de US$ 200 milhões em 2009, estão em 65 países. A empresa já atua há 15 anos no País e opera no Rio de Janeiro e em São Paulo por meio da franqueada Conceito Brazil - a capital paulista é a cidade mais importante para o grupo na América Latina e ocupa a 18.ª posição em seu ranking de clientes. Não por acaso, Nicholas Riley, vice-presidente da Carey, esteve no início da segunda quinzena de abril no País para pôr em marcha um plano ambicioso: até 2011, a expectativa é de que São Paulo passe a figurar como um dos seus dez mercados mais importantes. "Somos líderes de mercado em cidades como Pequim, Nova York, Londres e Paris", diz Riley. Segundo ele, alguns dos clientes frequentes no Brasil são executivos do BNP Paribas, Morgan Stanley, Delloite, Oracle e Apple, entre outros. "Atendemos o presidente Nicolas Sarkozy e a primeira-dama, Carla Bruni, da França, em sua última vinda ao Brasil, em 2008", diz Riley. Na Carey, o motorista é obrigatoriamente bilíngue. E, caso o cliente seja de um país de língua inglesa, o jornal e a revista oferecidos a bordo são o The New York Times e a The Economist. Mas tudo pode ser moldado de acordo com o gosto do freguês, ainda mais se for levado em conta que o transfer do aeroporto a um hotel custa em média a bagatela de US$ 200. Controlada atualmente pela locadora americana Avis e por fundos de private equity ingleses, a Carey também aposta no aumento dos negócios das empresas brasileiras no exterior. Esse fluxo reverso de executivos, do Brasil para fora, é, de acordo com Riley, uma demonstração do ganho de musculatura das empresas brasileiras no cenário internacional. "Cerca de 30% de nosso faturamento com clientes da Inglaterra se origina de viagens ao exterior", diz. "Pretendemos repetir o mesmo na operação brasileira." Segundo ele, um bom exemplo de "mina não explorada" é a Petrobrás, uma das mais globalizadas empresas brasileiras. "Imagine o potencial dessa empresa", diz.Atenta às oportunidades criadas pelo novo cenário econômico do País, a Carey vai praticamente duplicar sua frota, para 25 veículos. "O Brasil é um dos poucos lugares do mundo com previsão de crescimento de 6% do PIB", diz Riley. "É como se estivéssemos relançando nossa operação no País."INTERNACIONALIZAÇÃORegras do IR atrasam a vida das múltis brasileirasArrasta-se há quase nove anos no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) questionando a sistemática de tributação automática do Imposto de Renda sobre operações de empresas brasileiras no exterior. Segundo Gustavo Haddad, sócio do escritório Lafosse Advogados, de São Paulo, a cobrança do IR, independentemente de os lucros gerados lá fora terem sido ou não distribuídos aos acionistas, reduz a competitividade das multinacionais brasileiras. "A legislação tributária tornou-se um obstáculo à política do governo e do BNDES, que querem criar empresas brasileiras fortes para competir no mercado internacional", afirma Haddad. Para ele, o Brasil está na contramão de países como a França, Inglaterra, Espanha, USA e China, empenhados em estimular suas múltis. "Nesses países, a tributação só ocorre depois da distribuição dos lucros". CONCORRÊNCIADalkia vai gerenciar a Cidade Administrativa mineiraDepois de integrar o consórcio vencedor da primeira Parceria Público Privada (PPP) na área da saúde, para a administração do Hospital do Subúrbio, em Salvador (BA), a francesa Dalkia foi a vencedora da licitação para supervisionar a operação da Cidade Administrativa Tancredo Neves, o conjunto criado para abrigar todos os órgãos ligados ao governo de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Planejada pelo escritório do arquiteto Oscar Niemeyer, a Cidade, que ocupa uma área construída de 265 mil metros quadrados, foi erguida a um custo de R$ 1 bilhão. Caberá à Dalkia, que faturou R$ 220 milhões no ano passado no País, a responsabilidade pela infraestrutura do conjunto, com foco na manutenção preventiva e corretiva das instalações.AUTOMÓVEISMelhorar a imagem, o desafio da LifanA fabricante chinesa de automóveis Lifan, do grupo Effa Motors, inaugurou ontem a sua planta em San José, nas cercanias de Montevidéu, a capital uruguaia, com direito à presença do presidente do país, José Mujica. Na unidade, onde foram investidos US$ 6,5 milhões, serão montados por ano 5 mil veículos das linhas hatch 320 e sedã 620, dos quais 85% terão como destino o mercado brasileiro. Trata-se de mais um lance da estratégia da Effa Motors, representada no Brasil pela Ever Eletric, para penetrar no País. Na primeira tentativa, seu modelo M 100 foi reprovado em testes de qualidade e segurança promovidos pela imprensa especializada brasileira - num deles, o veículo quase capotou ao fazer um teste de desvio à velocidade de 55 quilômetros por hora, levando a publicação a interromper a avaliação, fato inédito em sua história.

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