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Crescimento maior das importações já era esperado, diz Furlan

Na terceira semana de março, a média diária das compras externas cresceu 25,3%, contra um aumento de 19,4% na média das exportações, tomando por base o mesmo período do ano passado.

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse hoje que o ritmo mais forte das importações na comparação com as exportações é já era um movimento esperado. Na terceira semana de março, a média diária das compras externas cresceu 25,3%, contra um aumento de 19,4% na média das exportações, tomando por base o mesmo período do ano passado. Segundo ele, "a tendência é de termos uma velocidade maior no crescimento de importações". No entanto, as compras externas t~em sido, majoritariamente, de bens de capital, bens eletrônicos e matérias primas. "Isso é positivo para a indústria brasileira, porque mostra investimento em produção de produtos finais", esclareceu o ministro Furlan. Ele lembrou ainda que o saldo crescente da balança comercial tende a recuar em algum momento. "Isso deve ser encarado com normalidade. Aliás, todas as previsões de mercado dizem que o saldo da balança comercial de 2006 vai ser menor do que o de 2005". Otimismo era maior As afirmações de Furlan foram feitas no momento em que o ministro deixava um workshop sobre inovação tecnológica, promovida pelo Instituto Brasil de Convergência Digital (IBCD). No entanto, antes da divulgação dos dados da balança comercial , o ministro mostrava um otimismo maior. "Há duas coisas aqui (no Brasil) que batem recordes sempre: a arrecadação da Receita Federal e a balança comercial", brincou Furlan. "Como já tivemos 38 recordes o pessoal já não sente aquela grande vontade de soltar foguete", acrescentou. Tarifas Furlan atacou ainda a idéia de que o País possa vir a reduzir, de forma unilateral, as tarifas de importação. Apesar de se posicionar favoravelmente à abertura de mercado, ele insistiu que isso não pode ocorrer, sem que haja uma contrapartida por parte de outros países envolvidos no comércio internacional. "Não se dá nada de graça", disse, destacando também a necessidade de o País reduzir o impacto do constrangimento que pesa sobre a competitividade da produção brasileira no mercado internacional, resultado de dificuldades de logística, burocracia, juros altos e legislação cambial. "Seria natural reduzir a defesa via imposto de importação, à medida que as soluções no Brasil dessem ganho de competitividade à indústria." Furlan disse ainda que o ministério tem colocado em relação à negociação com a Organização Mundial do Comércio (OMC) que "não faz nenhum sentido" fazer concessões unilaterais, sem que haja algo em troca. "Este é o momento de guardar no bolso as concessões que já estudamos", opinou, acrescentando que, no momento em que as ofertas de outros países estiverem na mesa, o Brasil deve apresentar suas próprias contrapartidas.

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