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Crescimento na Ásia não propicia melhoria de emprego e renda

Segundo estimativas da OIT, o aumento de comércio e de investimentos da região não tem sido suficiente para lidar com a questão do desemprego

Por Agencia Estado
Atualização:

O crescimento espetacular da Ásia nos últimos anos esconde uma crise: a do trabalho. Segundo dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a região apresenta uma situação crítica no que se refere às condições de trabalho em países como China e Índia. Segundo as estimativas da OIT, o aumento de comércio e de investimentos da região não tem sido suficiente para lidar com a questão do desemprego, que vem aumentando nos últimos sete anos. Para a organização ligada à ONU, 250 milhões de asiáticos entrarão no mercado de trabalho nos próximos dez anos, o que complicará ainda mais a situação. "Os desafios na Ásia nos próximos dez anos são enormes", alerta o diretor da OIT, Juan Somavia. De acordo com o levantamento da OIT, das 3 bilhões de pessoas que vivem na região asiática, 1 bilhão ganha menos de US$ 2,00 por dia. Desse total, 330 milhões tem uma renda inferior a US$ 1,00 diário. O que mais preocupa os especialistas internacionais é que está ocorrendo uma deterioração da vida de um trabalhador na Ásia. Na Índia, onde o crescimento econômico tem despertado o interesse de muitos no Ocidente, a renda média de um trabalhador caiu em 22% entre 1990 e 2000. Nesse mesmo período, a produtividade do país aumentou em 84%. Na China, a renda dos trabalhadores aumentou em 80% na década de 90, mas o crescimento foi bem inferior ao aumento da produtividade, que foi de 170%. Apesar do aumento da produtividade na região asiática, o fenômeno ainda não resultou em uma redução de horas de trabalho. Os asiáticos ainda são os que passam mais horas por dia em seus locais de trabalho e a média é acima de 50 horas por semana. Vários outros problemas também atingem a região, como a existência ainda de 122,3 milhões de crianças trabalhando e mais de um milhão de acidentes mortais por ano em locais de trabalho. Para completar, uma parcela reduzida da população da região é sindicalizada: menos de 8%.

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