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Crescimento vai acelerar, diz Henrique Meirelles

Para o presidente do Banco Central, economia brasileira vai acelerar no 3.º trimestre, e a questão é saber qual será o ritmo de atividade e de inflação

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Por Redação
Atualização:

Cenário para o semestre.

'Esse é exatamente o segredo das projeções', disse Meirelles

 

 

 

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RIOO presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou que o crescimento econômico vai acelerar no terceiro trimestre. "Haverá uma recuperação - a questão é para qual nível de atividade e inflação", disse o presidente do Banco Central, em entrevista ao programa Conta Corrente, veiculada na Globo News durante a madrugada. A entrevista foi postada no site do Banco Central no início da tarde de ontem. Meirelles observou que a economia mundial, inclusive a brasileira, tem, neste período atual, uma volatilidade maior do que nos períodos usuais, exatamente pela quantidade maciça de estímulos fiscais, monetários e de liquidez que foram introduzidos nas economias do mundo todo para lutar contra a crise e também em razão da retirada ou reintrodução desses estímulos em alguns países. "O importante é que os analistas olhem isso com muito cuidado e não vejam nenhuma situação como permanente", observou. Em outro trecho da entrevista, Meirelles ressaltou que "a ata do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) reflete uma visão no dia da reunião do Copom". Riscos. Meirelles disse que os riscos destacados na ata do último encontro continuaram existindo, tanto que o Banco Central elevou a taxa de juros em 0,5 ponto na reunião de julho, depois de ter aumentado 1,5 ponto. "Portanto, uma subida de 200 pontos (2 pontos porcentuais) em relação à Selic que prevalecia no início do processo foi a subida mais rápida de todo esse período de sete anos e meio no BC", disse."Foi um dos movimentos mais agressivos do mundo. Portanto, o BC está sempre preocupado com a inflação", afirmou. Em resposta sobre como será a economia no segundo semestre, se passará por um cenário de acomodação sem pressão inflacionária ou pode acontecer o cenário de aceleração da atividade rapidamente com pressão inflacionária, Meirelles disse que "esse é exatamente o segredo das projeções". "Existem fatores trabalhando nas duas direções. O que não podemos é supersimplificar. Exagerar um lado da questão ou outro lado", disse. Fatores. Meirelles citou que de um lado há fatores que continuam existindo, como o emprego forte, a renda e o crédito, que está crescendo. E lembrou que existem fatores transitórios. Por exemplo, a retirada dos estímulos que levou à antecipação de compras de carros e eletrodomésticos. Por outro lado, a volta do imposto não é transitória. O presidente do BC destacou ainda que os cortes dos juros feitos pelo BC no primeiro semestre de 2009 tiveram efeito máximo no primeiro trimestre deste ano. "De lá para cá, o BC subiu as taxas em 200 pontos e isso não é transitório", observou. Meirelles disse que a economia vai se recuperar. "E precisamos olhar com muita moderação e serenidade essa recuperação", afirmou. Em resposta sobre qual seria sua agenda no dia 2 de janeiro de 2011, quando a Presidência do País deverá estar sobre um novo comandante, Meirelles declarou que "espera estar contemplando as possibilidades" e afirmou que segue 100% focado na economia. VolatilidadeHENRIQUE MEIRELLES PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL"A ata do Copom reflete a visão no dia da reunião. O importante é que os analistas olhem isso com cuidado e não vejam nenhuma situação como permanente."

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