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Criação de empregos formais tem pior outubro desde o início da crise

Vagas com carteira superaram demissões em 126.143, recuo de 38,4% ante o mesmo mês de 2010

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

BRASÍLIA - O saldo líquido de empregos criados com carteira assinada em outubro somou 126.143, o pior para o mês em questão desde 2008, quando o saldo foi de 61 mil postos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta sexta-feira, 18. Segundo os números do ministério, em outubro do ano passado, o dado equivalente sem revisão apontou um total de 204.840 novas vagas, já descontadas as demissões do período. Com isso, houve uma diminuição de 38,4% do saldo líquido em relação a outubro do ano passado.

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O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, salientou que a geração de empregos já sofre influência da turbulência externa. "Sentimos a crise internacional, principalmente na área da indústria", disse. Segundo ele, no entanto, o impacto não tem sido tão grande quanto o de 2008. "Aquela crise era mais forte do que a que estamos vivendo agora", comparou.

No acumulado do ano até outubro, as contratações de trabalhadores com carteira assinada superaram as demissões em 2.241.574 postos. Em idêntico período do ano passado, o saldo das efetivações de vagas formais foi de 2.742.001. No acumulado dos 10 primeiros meses do ano houve uma redução na criação de empregos da ordem de 18,3% na comparação com janeiro a outubro de 2010.

A meta inicial do governo para 2011 era atingir 3 milhões de novos empregos formais no País, considerando os trabalhadores do âmbito da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e servidores públicos, já descontadas as demissões do período. Lupi, porém, já vem admitindo que dificilmente essa meta será atingida este ano

Setores

O setor de serviços foi, mais uma vez, o que apresentou o maior saldo de empregos no mês passado. Conforme os números do Caged, houve geração de 77.201 vagas acima das demissões no mês passado. O comércio foi responsável pela criação de 60.878 postos no período e a construção civil, por 10.298.

Como havia destacado o ministro Carlos Lupi, a indústria da transformação foi responsável por apenas 5.206 postos líquidos em outubro, tendo sido influenciada negativamente pela crise externa. O setor de extrativismo mineral criou 1.224 vagas no mês passado, a administração pública, 869, e os serviços industriais, 380 postos.

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A agricultura foi o único setor a apresentar dados negativos para o mês, com a perda de 29.913 postos. De acordo com o ministério, a redução se deve à sazonalidade do setor.

Crise política

Lupi se recusou a fazer comentários sobre as denúncias que enfrenta nas últimas semanas, durante entrevista coletiva para o anúncio dos mais recentes Caged. Depois de falar por cerca de 20 minutos sobre os números do emprego, o ministro fugiu de perguntas sobre a crise política. "Não vou falar sobre crise (política), eu tenho que trabalhar. Hoje só falo sobre Caged", disse.

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